morte da filha de 5 meses por afogamento

Jornal Midiamax

Lesões no órgão genital

Informada sobre o direito de permanecer em silêncio, a mulher quis responder ao interrogatório e foi questionada sobre as lesões no órgão genital da bebê, que davam indícios de que ela possa ter sofrido estupro de vulnerável. A autora alegou que quando a menina tinha três meses, foi levada em um pediatra, num posto de saúde da rede pública, no qual teria sido informada de que a bebê tinha o canal vaginal fechado. Com isso, a mãe deveria passar um medicamento na criança.

Assim, a mãe acabou afirmando que não tinha condições de comprar tal medicamento, que seria uma pomada. Assim, decidiu utilizar um palito de dente para abrir o canal vaginal da bebê. Ela afirma que teria feito isso apenas uma vez e que nem se lembrava da data. No entanto, negou saber sobre o possível estupro sofrido pela vítima.

‘Chip da besta’

O depoimento traz traços que fazem questionar a sanidade da autora. Sobre o assassinato, a mulher contou que estava tudo bem no decorrer do dia, até que ela decidiu matar a criança, “pois sabia que ela estava com o chip da besta na cabeça”. Para a polícia, a mãe contou que soube disso quando a menina tinha dois meses, “pois viu o sinal da cruz no bairro Guanandi”.

Além disso, a mulher revelou que, para ela, tal ‘chip da besta’ foi colocado na cabeça da menina quando ela tomou as vacinas na maternidade. Com a “necessidade” de matar a bebê, a mulher contou que entrou no banho junto com a filha e colocou a cabeça do bebê no buraco da parede, onde saía água forte, matando a bebê afogada.

Também segundo a mulher, ao perceber que a menina perdia os sentidos, ela teria feito respiração boca-a-boca, mas “notou que não havia mais jeito”. Depois, a mãe ainda se deitou com a criança já sem vida, esperando que ela acordasse novamente, o que não aconteceu. Com isso, ela saiu com a filha de casa e foi encontrar uma amiga.

No encontro, a irmã da amiga percebeu que a criança estava sem vida e elas seguiram para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Leblon, onde foi constatado o óbito. Sobre as lesões e possível estupro de vulnerável, a mulher afirmou não saber o motivo.

Pai esteve na casa

Ao Jornal Midiamax, o pai da bebê contou que esteve na residência da filha ainda na noite de terça-feira, para visitá-la. No entanto, a ex-namorada não chegou a atender à porta. Segundo ele, quando a criança nasceu, a mulher disse que era filha dele, depois alegou que seria filha de outro homem e, por fim, voltou atrás, reafirmando que a filha era dele.

Para o pai, não havia dúvidas, já que a menina “era a cara dele”. Há quase uma semana sem contato com a ex-namorada e sem poder ver a menina, ele disse que foi até à casa dela algumas vezes, mas foi impedido de ver a filha.

Na noite de terça, porém, por volta das 20 horas, ele teria ido novamente: de fora, ele ouviu a mulher com a criança, que chorava, mas nada exorbitante. Ele relatou que das últimas vezes que viu a criança, não percebeu nada de anormal ou sinal de maus-tratos. Pelo contrário: a filha estava saudável e bem cuidada. Já a ex-namorada estaria em um quadro de depressão, inclusive sem tomar banho há alguns dias.

O pai da menina afirmou que a ex era conturbada, que seria usuária de drogas e que também que bebia, mas não deixava de ser uma boa mãe. Segundo ele, nenhum fato anterior teria levantado suspeita do que poderia acontecer com a criança.

A mulher foi presa em flagrante e responde pelo homicídio da filha.