Defesa pede e Justiça determina simulação de morte de idoso por serial killer

Defesa alega que esposa de Cleber não participou do crime

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar
Cleber segue preso pelos homicídios e começa a ser julgado
Cleber segue preso pelos homicídios e começa a ser julgado

A defesa de Roselaine Gonçalves, de 40 anos, conseguiu que a reprodução simulada do assassinato de José Leonel Ferreira dos Santos, de 61 anos, seja feita com intuito de tentar provar que a mulher de Cleber de Souza, o seria killer, não participou do crime, em maio de 2020. Roselaine teve o pedido de prisão domiciliar negado pela Justiça.

O pedido da defesa foi feito em agosto, mas a determinação para que a simulação ocorra foi publicada no dia 26 deste mês, onde o juiz pede para que, no prazo de 30 dias, se faça a simulação dos fatos, como também, novo laudo de exame no local com uso de luminol. 

De acordo com a defesa, a reprodução tem como fito provar que Cleber agiu sozinho, sem o auxílio de terceiros, e provar a dinâmica e a ordem cronológica dos fatos. Em setembro, a Justiça extinguiu o processo de homicídio e ocultação de cadáver, ao qual Yasmin Natasha Gonçalves respondia pela morte de José Leonel Ferreira dos Santos. O MPMS (Ministério Público Estadual) recorreu da decisão. 

Em sua decisão, o magistrado relatou que  Yasmin “sofre de problemas mentais, tanto que o perito, ao realizar o exame de insanidade mental, concluiu ser ela ‘inimputável’, ou seja, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato e de autodeterminar-se de acordo com esse entendimento”.

O juiz ainda delibera que: “Desta feita, reputo por insuficientes os elementos probatórios até então amealhados, os quais não são aptos a propiciar um juízo positivo de admissibilidade da acusação de Yasmim. Isso porque, conforme já discorrido, não se logrou êxito em se demonstrar elementos idôneos para tanto, de participação da acusada. Nesse prisma, repito, a prova produzida na fase policial é frágil de forma a dar azo a levar a acusada à submissão ao julgamento popular.”

Mortes em Campo Grande

José Jesus de Souza, de 44 anos, conhecido como Baiano, desaparecido desde fevereiro de 2020, teve o corpo encontrado no dia 15 de maio, durante a madrugada. Algumas horas depois, quem também teve o corpo encontrado após escavações foi Roberto Geraldo Clariano, de 48 anos, desaparecido desde junho de 2018, morto durante uma discussão no Recanto dos Pássaros.

Roberto teria sido contratado por Cleber para fazer um trabalho braçal e, durante uma briga, foi morto com golpe do cabo de uma picareta na cabeça. Ele então foi enterrado em um terreno no Recanto dos Pássaros.

No início da tarde do mesmo dia, o idoso Hélio Taira, de 73 anos, que estava desaparecido desde novembro de 2016, também foi localizado. Cleber fazia reforma em residência na Vila Planalto e, na ocasião, Hélio foi contratado para prestar um serviço de jardinagem, oportunidade em que se desentenderam.

O pedreiro então matou a vítima com pauladas, cavou buraco, enterrou o corpo e depois concretou o local, colocando piso. Por este motivo, o corpo não tinha sido encontrado até então.

Já Flávio Pereira Cece, de 34 anos, desaparecido desde 2015, era dono do imóvel onde foi encontrado enterrado, no bairro Alto Sumaré, região da Vila Planalto. Ele era primo do serial killer Cleber, que, segundo a polícia, matou a vítima com pauladas, enterrou e vendeu a residência por R$ 50 mil com o corpo de Flávio enterrado.

Na noite do dia 15 de maio, foi encontrado o corpo de Claudionor Longo Xavier, de 48 anos, que saiu de casa no dia 16 abril, foi assassinado e teve a moto XTZ Crosser vendida pelo autor. O veículo foi localizado em residência na Rua Juventus, com outro primo de Cleber.

Na manhã do dia 16 de maio, Timotio foi encontrado morto em um poço dentro de residência na Rua Urano, no bairro Vila Planalto. A primeira das vítimas a ser descoberta foi José Leonel, 61, que havia sido encontrado no dia 7 de maio, enterrado no quintal de uma casa na Vila Nasser.

Conteúdos relacionados