E será alegando legítima defesa que o José Roberto da Rosa, que atua no caso da tenente-coronel da PMMS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul) Itamara Romeiro Nogueira, tentará a absolvição de sua cliente pelo assassinato do marido também militar Valdeni Lopes Nogueira, morto em 2016.

José Roberto contou que no dia do crime, Itamara havia sido agredida por Valtenir que estava indo em direção a camionete na garagem de casa para pegar uma arma. Para se defender a oficial acabou atirando contra o marido que morreu no local. 

“Esse julgamento será um marco para a sociedade, para mostrar que a mulher precisa reagir”, disse o advogado. Ainda segundo Rosa será demonstrado que Itamara era vítima de agressões constantes do marido, que tinha uma vida boêmia, segundo Rosa. 

O julgamento acontece 4 anos e 6 meses após o crime e, para este júri, foram impostas algumas regras. Foi limitada a presença de 10 pessoas em plenário, sendo cinco familiares da oficial e cinco da vítima. Está proibida a entrada de pessoas usando roupas que possam influenciar os jurados durante o julgamento de Itamara, como também está limitada a entrada da imprensa no plenário. Dois policiais devem fazer a segurança no local.

O esquema montado é devido à grande repercussão que o caso tomou na época, quando a oficial matou o marido na garagem de casa a tiros, durante uma discussão.

Relembre o crime

Durante uma briga, a tenente-coronel efetuou dois disparos contra o marido. O major Nogueira chegou a ser levado para a Santa Casa com um ferimento do tórax, mas não resistiu. Em dezembro de 2016 a Polícia Civil concluiu o inquérito sobre o homicídio e comprovou a versão apresentada por Itamara, a de legítima defesa.

Para a polícia, a policial, que chegou a participar de uma reconstituição do crime, afirmou estar sendo agredida pelo marido e que no momento em que ele saiu para buscar a arma no carro, ela reagiu. No dia do crime, Itamara foi presa em flagrante, mas acabou liberada logo em seguida e, desde então, responde o processo em liberdade.