Com ajuda do ‘Batman’, falso bancário dava golpes em MS para quitar dívida com agiota

David Soares de Andrade, preso por suspeita envolvimento com golpes do ‘cartão clonado’ em Mato Grosso do Sul, disse que decidiu participar do esquema para conseguir dinheiro e quitar uma dívida de R$ 4 mil com agiota. Ele e o comparsa Pascoal Gomes Souza são acusados de deixarem um prejuízo superior a R$ 12 mil na cidade de Dourados, a 225 quilômetros de Campo Grande. Eles tinham apoio de um indivíduo identificado apenas como Batman, apontado como responsável pela articulação do grupo.

De acordo com denúncia do MPMS (Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul), no dia 7 de dezembro do ano passado, um homem de 62 anos, morador no Jardim Água boa, recebeu telefonema de um desconhecido que se passava por funcionário de um banco. O indivíduo alertava a vítima que terceiros tentavam fazer compras com o nome dela no estado de São Paulo. Neste sentido, informava que o cartão bancário havia sido clonado, que precisava ser cancelado e depois destruído.

O homem, imaginando que de fato falava com um correspondente bancário, acreditou na história e seguiu todas as orientações passadas a ele por telefone. No contato, ele forneceu dados pessoais e senha. Para finalizar o procedimento, teria que entregar o cartão a um funcionário que passaria na casa dele para buscar e encaminhar para a destruição. Sem desconfiar de nada, o morador aceitou. Mais tarde, se deparou com prejuízo de R$ 11,9 mil em sua conta bancária.

Contudo, ainda no dia 7 de dezembro, eles conseguiram aplicar o golpe em uma idosa de 72 anos, moradora no Parque das Nações. Ao todo, foi um prejuízo de R$ 4,5 mil em compras, saques e empréstimos.

Prisão

Ainda no dia 7 de dezembro, David e Pascoal foram presos pela PRF (Polícia Rodoviária Federal).Durante uma abordagem, a polícia desconfiou da ação da dupla, que se apresentava como moradores de São Paulo, mas não sabiam explicar com detalhes o que estavam fazendo em Dourados. Com eles foram localizadas várias máquinas de cartão, o que levantou a suspeita de serem estelionatários. Em uma busca minuciosa nos pertences deles, os agentes localizaram cartão de crédito em nome de uma das vítimas,bem como recibo de compra.

Diante dos fatos, Davi disse que tinha uma dívida de R$ 4 mil e que conheceu um indivíduo que lhe ofereceu a chance de conseguir dinheiro fácil entrando no esquema dos golpes. Ele disse ainda que um dos comparsas ligava para as vítimas e, em seguida, ele passava na casa delas para buscar os cartões. Pascoal, por sua vez, seria o responsável por usar os cartões nas maquininhas e efetuar as compras. Pascoal, por sua vez, alegou que recebeu as máquinas de um homem conhecido como Batman.

O juiz Marcos Vinicius de Oliveira Elias, da 2ª Vara Criminal de Dourados, agendou para o dia 14 de junho às 16h30, a audiência de instrução e julgamento do caso.