A Operação Hefesto, deflagrada pelo no dia 2 de julho para combate a incêndios na região do , rendeu denúncias e reclamações sobre autoritarismo por parte de oficial. Militares escalados para serviço alegam que não haveria ‘grande incêndio' conforme informação inicial e que estariam desfalcando quartéis nas cidades em que são lotados.

Denúncia que foi feita por mensagem no WhatsApp e encaminhada a vários grupos foi confirmada ao Jornal Midiamax por bombeiros militares, que preferiram não se identificar. A mensagem relata que, após chegada do efetivo de 82 militares em Corumbá, foi feita varredura na área onde haveria o possível incêndio e constatado que o fato não procedia.

Desde sexta-feira (2), os militares estariam no quartel de Corumbá, bem como no Exército e na Marinha. “Tal situação faz com que unidades operacionais do CBMMS de todo Estado fiquem desfalcadas de militares, sendo que hoje mais de 80 militares se encontram no local sem realmente estarem atuando”, diz o texto replicado nas redes sociais.

Dois áudios atribuídos a um oficial dos Bombeiros, e que também circulam nas redes, rebatem as reclamações dos militares. “Senhores, boa tarde. Aos comandantes noticiem seus militares que militar não tem folga, militar tem licenciamento. Noticiem o que se for necessário cair a escala de 24h/48h a escala vai cair. Se tiver que cair de 24h/24h vai cair. É assim que é nossa profissão. Se não fizeram antes vai ser feito agora.”

No áudio seguinte, o oficial pede para que o primeiro seja desconsiderado, pelo equívoco de que o militar tem sim o direito à folga e também o licenciamento.

‘Imaturidade e autoritarismo'

Ao Midiamax, o presidente da ACS PMBM MS (Associação e Centro Social dos Policiais Militares e Bombeiros Militares de Mato Grosso do Sul), Mario Sérgio do Couto, relatou que houve imaturidade e autoritarismo do oficial em questão. Também chegou ao conhecimento da associação que foi empregado número de bombeiros que não havia necessidade.

Além disso, também teria ocorrido ameaça de mudar a escala e até mesmo recolher pessoal que estaria de férias, sendo que isso ocorre apenas quando declarado estado de sítio ou calamidade pelo governador. “Vamos tomar providência e oficializar o secretário de Segurança Pública sobre os fatos ocorridos”, afirmou.

“Nos 34 anos, a associação nunca foi omissa em representar os policiais e bombeiros militares e esse vai ser mais um caso em que estaremos à frente. Não aceitamos que nossos bombeiros vivam estado de escravidão”, disse Couto. Para o presidente da associação, os bombeiros estão dispostos e fazem trabalho excepcional e de grande relevância, mas o caso em questão será melhor apurado.

O que diz o Corpo de Bombeiros

Conforme a assessoria dos bombeiros, foi necessário empenhar diversos militares na Operação Hefesto pela peculiaridade desse combate e trabalho estratégico com objetivo de preservação do . A respeito dos áudios do oficial sobre ter que “cair a escala”, a assessoria afirma que é uma situação que ocorre, conforme as demandas dos serviços operacionais, sem novidade.

“Ressalta-se que a Corporação trabalha com escala de serviço. Os bombeiros militares empenhados neste momento na Operação Hefesto ficarão por tempo determinado, que pode variar conforme evolução do sinistro, sendo posteriormente substituídos por outros bombeiros militares ou acionando mais militares para a missão, somando com o efetivo no local”.

“Por fim, o CBMMS reafirma seu compromisso com o Meio Ambiente e destaca que todos os trabalhos realizados neste momento são fundamentais para que se evite desastre ambiental maior, como o que ocorreu no ano passado”, finalizam. Segundo os bombeiros, nesta quarta-feira (6), militares atuam em uma área que fica a aproximadamente 45 quilômetros da área urbana e de difícil acesso.