Antes de abandonar R$ 73 milhões em van, ex-major de MS comprou empresa aérea para fugir
Para fugir durante a Operação Intreprise, que foi deflagrada pela Polícia Federal, em novembro de 2020, o ex-major Sérgio Roberto de Carvalho comprou sua própria empresa aérea fugindo dos policiais em seu avião particular. Antes da fuga ele havia abandonado 11 milhões de euros pouco mais de R$ 73 milhões, escondidos em malas dentro de […]
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Para fugir durante a Operação Intreprise, que foi deflagrada pela Polícia Federal, em novembro de 2020, o ex-major Sérgio Roberto de Carvalho comprou sua própria empresa aérea fugindo dos policiais em seu avião particular. Antes da fuga ele havia abandonado 11 milhões de euros pouco mais de R$ 73 milhões, escondidos em malas dentro de uma van na garagem de um prédio, em Lisboa.
Informações obtidas por Josmar Zozino do UOL são de que a empresa aérea comprada pelo ‘Escobar brasileiro’ ficava a 40 quilômetros de Lisboa. Ele se tornou o maior narcotraficante procurado na Europa. Ele vivia com uma identidade falsa, em Marbella, região de Málaga em uma mansão avaliada em R$ 15 milhões.
O ex-major também tinha dois apartamentos em Lisboa e uma empresa em Dubai, nos Emirados Árabes. A vida de luxo era bancada através do crime, sendo que o ‘Escobar brasileiro’ chefiava seis núcleos do esquema criminoso. O mais importante ocorria na região de São José do Rio Preto (SP), responsável pelas aeronaves e transportes aéreos de cocaína.
A Polícia de Portugal investiga se os 578 quilos de cocaína apreendidos em uma aeronave da empresa Táxi Aéreo Omni Aviação, no dia 9 de fevereiro deste ano, no Aeroporto Internacional de Salvador, na Bahia, foram encomendados pelo ex-major Carvalho. Ainda segundo informações do UOL, Sérgio também teria comprado a Airjetsul, que também opera em Cascais, a partir do aeródromo de Tires, com a finalidade de usar os jatos da companhia no transporte de droga para a Europa, África e Ásia.
Enterprise
A Operação Enterprise foi uma ação conjunta entre a Polícia Federal e a Receita Federal, deflagrada em novembro de 2020. Foi a maior operação do ano no combate à lavagem de dinheiro do tráfico de drogas e a maior da história na apreensão de cocaína nos portos brasileiros.
No dia 24 de novembro, a Polícia Federal divulgou o balanço. Entre os dados, está a confirmação da prisão de 40 pessoas, sendo três delas em outros países. Foram cumpridos mandados em Campo Grande durante a operação.
Conforme a divulgação, a operação que tinha como objetivo combater a lavagem de dinheiro proveniente do tráfico internacional de drogas prendeu 37 pessoas no Brasil. Também foi presa 1 pessoa no Panamá, 1 na Colômbia e 1 na Espanha.
Ainda foram apreendidos 200 quilos de cocaína, além de 61 veículos, 5 motocicletas, 4 caminhões e 1 jet-ski. Já o patrimônio bloqueado, em imóveis, carros de luxo, joias e aeronaves, está avaliado em aproximadamente R$ 400 milhões. Só entre as aeronaves, foi realizado sequestro de 37, uma delas na Espanha, avaliada em US$ 20 milhões.
Também foram apreendidas 16 armas de fogo, um simulacro e 507 munições. Já o dinheiro encontrado durante a operação totalizou R$ 1.141.002,00, U$ 169.352,00, € 9.000,00 e 1.120 Dirham (moeda dos Emirados Árabes Unidos).
Organização dos grupos
A organização criminosa era dividida em sete grupos no Brasil, sendo que havia grupos responsáveis pela logística do envio da cocaína para a Europa e subgrupos em Mato Grosso do Sul e Mato Grosso.
Em São Paulo eram dois grupos grandes de logística que fazia o envio através dos portos. Já no Rio Grande do Norte outros dois grandes grupos que faziam o envio através de barcos de pesca e de cargas de frutas.
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