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Polícia

Foragido há 3 meses, ex que matou professora em MS tentou transferir bens da vítima para seu nome

Filho acredita que Jadir planejou matar a mãe após suposta traição
Arquivo -

há três meses, o autor do feminicídio e ex-marido da professora Telma Ferreira Raberto, de 44 anos, Jadir Souza da Silva, de 54, tentou transferir os bens dela, como carro, motocicleta e casas, antes de assassiná-la a pauladas no quintal da casa onde viviam, com os filhos de 9 e 17 anos. Em entrevista do Jornal Midiamax, o adolescente de 17 anos, filho do casal, afirma que o pai não aceitava a separação e havia planejado a morte da mãe.

No dia 10 de maio, um sábado, o adolescente – que não terá o nome divulgado por ser menor de idade – não estava na residência quando o feminicídio aconteceu. O garoto trabalha em uma pizzaria, e na residência estava seu irmão de apenas 9 anos, que presenciou a conversa dos pais pela casa e chamou a vizinha após escutar barulhos no quintal – onde Telma foi encontrada, já sem vida.

Mesmo com pouca idade, o menino contou ao irmão mais velho detalhes sobre o dia do crime. Ao longo desses três meses, ele foi reconstruindo a morte da mãe em sua memória, pelas palavras do irmão.

O portão da residência costumava ficar aberto para que o adolescente entrasse após o serviço, e era ele quem o fechava. Contudo, naquele sábado, Jadir teria fechado o acesso, para que Telma não saísse da casa. Segundo o adolescente, os desentendimentos familiares eram constantes, uma vez que a mãe teria descoberto traições de Jadir, com mais de uma mulher. O filho do casal relata que eles não dormiam mais na mesma cama, mas Telma estava decidida a se separar.

Na semana anterior ao crime, o adolescente diz ter acompanhado a mãe até uma agência bancária da cidade, após o pai tê-la pedido para assinar alguns documentos. Ao chegarem no banco, o jovem estranhou a atendente ter questionado se Telma tinha certeza de que deveria assinar os documentos, uma vez que estaria escrito que os bens materiais da família – as duas casas, um carro e uma motocicleta – seriam transferidas para Jadir.

“Minha mãe não falou nada, voltou para casa e em seguida foi para fazenda passar o final de semana, onde mora minha avó. Ela foi na sexta-feira (9) e retornou no sábado (10) à tarde. Eu estava trabalhando na pizzaria, que fica a poucas quadras de casa. Foi a última vez que vi minha mãe”, lamenta o garoto.

Conforme explicado pelo adolescente, Jadir teria pegado um bastão de madeira do porta malas do carro da família, dado a primeira pancada na cabeça de Telma, o que teria feito a professora ficar desorientada. O filho relata que ficou sabendo pelo irmão mais novo, que a mãe tentou caminhar até o portão, mas estava fechado.

“Meu irmão ficou em choque, porque não estava entendendo nada. Meu pai tentou colocar ele no quarto, mas não tem chave. A vizinha pediu várias vezes para abrir o portão, e depois ele [Jadir] foi lá na frente e disse que não era nada e que “já estava tudo resolvido”, então ela [a vizinha] foi embora”, relata.

O garoto detalhou que o quintal da residência é um espaço coberto por areia e sem iluminação, e que, nas palavras do irmão, as pancadas que Jadir deu em Telma tinham o mesmo som “de alguém cortando lenha nos fundos de casa”. A vizinha ainda teria ouvido, logo na sequência, barulhos do carro saindo da garagem, e achou que era Telma indo embora após uma discussão.

“Foi nessa hora que ele [Jadir] fugiu e meu irmão foi correndo na casa da vizinha falando “meu pai matou minha mãe”. Ela ficou sem reação ao encontrar minha mãe no chão”, afirma. Como a maioria dos autores de violência doméstica, o filho afirma que Jadir era uma pessoa sociável, que se dava bem com todos da família e não aparentava ser agressivo. “Fazíamos churrasco todo fim de semana em casa”, lembra.

Ainda segundo o adolescente, Jadir tinha duas armas em casa, uma pistola e um revólver calibre 12. O assentamento onde a Polícia Civil fez uma operação após receber denúncia anônima de que o assassino estaria escondido, seria de um fazendeiro amigo da família. “A fazenda era do melhor amigo dele, ele vivia trabalhando lá e conhecia a região. Eu acredito que o motivo [do assassinato] foi a suposição de que ela estaria traindo ele”, finaliza o filho.

Foragido

Jadir teria arrastado para o quintal e a agredido até a morte, no dia 10 de março. A perícia constatou que ela levou vários golpes de objeto contundente. Ao lado do corpo foi encontrada uma foice, que pode ter sido usada no crime. O objeto passou por perícia, mas o laudo ainda não foi concluído. Já o carro utilizado na fuga, que seria de uma amiga da professora, já foi entregue de volta à proprietária.

Ainda na segunda-feira, 12 de março, depois de denúncias de que o autor teria sido visto em um assentamento nas redondezas, policiais foram a sua busca usando cães farejadores, mas até hoje ele não foi encontrado. De acordo com a delegada Thais Duarte, acredita-se que Jadir ainda estava no Estado não tendo fugido para fora de Mato Grosso do Sul. No mesmo dia, a Polícia Civil pediu pela prisão preventiva do suspeito.

A última vez que Jadir foi visto, após o feminicídio, teria sido na tarde do domingo, 11 de março, por um caseiro de chácara em Sidrolândia. Ele acionou a Polícia Civil, que começou a fazer buscas na região, na tentativa de localizá-lo. Segundo o caseiro, Jadir estava sentado nas proximidades da Arena de Rodeio José Maurícia Tomazine, comendo uma marmita.

“Ele estava com uma mochila preta grande nas costas, sentado. Era um meio-dia, comendo uma marmita. Como nunca tinha visto ele, eu prestei bem atenção”, disse um boiadeiro de 23 anos que informou a polícia sob o suspeito. O crime ocorreu por volta das 20h30 de sábado (10). “Houve uma discussão, porque o casal estava em processo de separação e ele não aceitava”, disse o delegado Daniel Dantas, responsável pelas investigações iniciais.

A polícia pede para quem tiver informações sobre Jadir entrar em contato pelo telefone (67) 3272-9200, garantindo o sigilo da denúncia.

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