De Porsche a Mustang: ação contra lavagem de dinheiro em MS apreendeu bens avaliados em R$ 1,7 milhão

Foram 10 veículos apreendidos em Corumbá

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A Operação Mamon, deflagrada pela Polícia Federal contra organização criminosa que atuava com lavagem de dinheiro nesta quinta-feira (29), apreendeu 10 veículos de luxo só em Corumbá, cidade a 444 quilômetros de Campo Grande. Também foram apreendidas armas e dinheiro, somando mais de R$ 1,7 milhões em bens.

Conforme a PF, na cidade que fica na divisa com a Bolívia, foram apreendidos R$ 67.331 em espécie, além de duas armas de fogo e os 10 veículos de luxo. A lista divulgada nesta tarde aponta que foram recolhidos Audi A1, Audi A3, Audi A5 conversível, três Chevrolet S10, um Corolla, um Mustang, uma Amarok e um Porsche Boxter 2000/2021.

A valor dos bens apreendidos na cidade sul-mato-grossense foi estimado em R$ 1.720.000.

Operação Mamon

Conforme a conclusão do inquérito, quatro empresas, que seriam de fachada, foram utilizadas para lavar o dinheiro de origem ilícita. Além delas, “laranjas” também seriam usados para camuflar a origem dos valores, em esquema que envolveria até operadoras de crédito e o sistema bancário.

Segundo o titular do DRCOR (Delegacia Regional de Combate ao Crime Organizado), delegado Leonardo Nogueira Rafaini, a apreensão de bens é uma diretriz que a PF vem adotando nos últimos anos no combate aos crimes de tráfico, através da descapitalização financeira das organizações e prisão de seus líderes.

Ao todo foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão em Corumbá, Belo Horizonte (MG) e Quinta do Sol (PR). Também foi realizado sequestro de 4 imóveis e 61 veículos, avaliados em aproximadamente R$ 8 milhões. A ordem judicial ainda determinou a suspensão das atividades econômicas das 4 empresas de fachada e bloqueio de contas bancárias.

Conforme a PF, o grupo criminoso ostenta um elevado padrão de vida e se vale de um complexo esquema de lavagem de dinheiro, que envolve o sistema bancário, operadoras de crédito, cheques, compra e venda de veículos e transação em espécie. Em 2020 os criminosos teriam movimentado mais de R$ 20 milhões.

Mamon é transliteração da palavra hebraica Mamom, a qual significa dinheiro ou riquezas. O termo é popular em estudos bíblicos, os quais personificam Mammon como um dos sete príncipes do inferno, associado ao pecado capital da ganância. Segundo a teoria, aqueles que praticam ilícitos com o fim de acumular bens e ostentá-los, a exemplo do que fazem estes investigados, são ditos servos de Mammon.