Depois de passar por constrangimentos e ser assediada de forma direta dentro de um consultório médico, uma jovem de 22 anos, disse ter ficado traumatizada precisando ter de tomar medicamentos para ansiedade por causa de uma consulta, que aconteceu há cerca de 3 meses, com um ginecologista. O médico é o mesmo acusado por outra paciente de ter a assediado durante consulta médica. 

A estudante contou ao Jornal Midiamax que procurou um de uma associação e encontrou na lista um médico para lhe ajudar com as crises de cólicas que vinha sentindo, além do peso excessivo que havia ganhado. Ela disse que quando chegou no consultório começou a falar dos problemas que vinha sentindo para que o médico pudesse ajudá-la.

O médico sem nem ao menos examinar a moça começou a falar para ela que via nela uma pessoa triste por que era gorda, que ninguém iria querer manter relações sexuais com ela, por causa da sua aparência. Ele ainda chegou a dizer para a jovem que ela tinha cara de quem gostava de e ainda a questionou se ela usava camisinha, já que ele não gostava de usar camisinha.

“Eu fiquei em choque, não sabia o que falar para ele”, disse a jovem. Ela ainda tentou puxar a conversa para o lado profissional de seus problemas, mas não teve sucesso. A estudante ainda perguntou se ele não ia pedir exames e que ela queria fazer um ultrassom, mas ele argumentou que ela iria gastar dinheiro à toa, e que o que ela tinha era endometriose receitando, assim, um anticoncepcional.

Antes da paciente deixar o consultório, o médico teria beijado a sua mão e dito a ela que quando voltasse lá, era para ela estar 10 quilos mais magra e que para isso era só fechar a boca. A jovem disse que não voltou mais no consultório e que não fez a denúncia por que teria sido informada de que de nada adiantaria, já que o profissional era o mantenedor do plano de saúde. A jovem também não teria feito a denúncia no CRM-MS (Conselho Regional de Medicina) por medo.

Ela procurou um outro profissional da área de endocrinologia e teve seu diagnóstico de hipotireoidismo, e que nunca mais voltou em um ginecologista com medo. “Eu sei que preciso ir ao médico, mas tenho medo e não me sinto segura”, afirmou a vítima que disse ter ficado até hoje com o psicológico afetado.

Caso veio à tona

Um médico ginecologista de 67 anos, denunciado por uma paciente pelo crime de importunação sexual, deve prestar depoimento nos próximos dias. O caso, que teria acontecido no dia 13 mas chegou ao conhecimento da polícia na terça-feira (18), está em investigação. Conforme o delegado João Reis Belo, titular da 4ª Delegacia de Polícia Civil onde foi feita a denúncia, foi instaurado inquérito. Agora, o médico apontado como autor será notificado nos próximos dias e intimado para prestar esclarecimentos.

Ainda foi apurado pelo Midiamax junto ao CRM-MS (Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul), que o médico não tem punições públicas contra ele. No entanto, não é possível dizer se há algum procedimento ou denúncia instaurados formalmente, já que tais processos correm em sigilo.