O médico ginecologista de 67 anos, denunciado por uma paciente pelo crime de importunação sexual, deve prestar depoimento nos próximos dias. O caso, que teria acontecido no dia 13 mas chegou ao conhecimento da polícia na terça-feira (18), está em investigação.

Conforme o delegado João Reis Belo, titular da 4ª Delegacia de Polícia Civil onde foi feita a denúncia, foi instaurado inquérito. Agora, o médico apontado como autor será notificado nos próximos dias e intimado para prestar esclarecimentos.

Ainda foi apurado pelo Midiamax junto ao CRM-MS (Conselho Regional de Medicina de ), que o médico não tem punições públicas contra ele. No entanto, não é possível dizer se há algum procedimento ou denúncia instaurados formalmente, já que tais processos correm em sigilo.

Também foi esclarecido que, para que haja punibilidade, deve haver a denúncia, por isso a importância de que qualquer vítima procure a polícia e também o CRM-MS.

Caso denunciado em 2015

Contra o médico já foi feita uma denúncia pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) por violação sexual mediante fraude. Da mesma forma, a vítima era uma paciente e o crime teria ocorrido em maio de 2015. Naquela ocasião, segundo a mulher, a consulta teria ocorrido normalmente.

No entanto, durante o exame, o médico teria explicado uma possível necessidade de intervenção cirúrgica e depois teria feito questionamentos invasivos. As frases se assemelham ao caso da vítima que procurou a polícia na terça-feira. Assim, o ginecologista chegou a falar que estava perguntando sobre a vida sexual da paciente para “descontrair”.

Ainda naquele momento ele chegou a persistir em prática de ato libidinoso, questionou se a vítima já tinha traído o marido e a abraçou. Nisso, segurou o rosto da mulher e a beijou. Após o fato a paciente o empurrou e saiu do consultório bastante abalada. A princípio, o médico já teria feito o mesmo com outras mulheres, segundo apurou a denúncia à época.

Já o médico negou os fatos à polícia, sendo que na época o caso foi investigado pela 5ª Delegacia. Três anos depois, em maio de 2020, o juiz Waldir Peixoto Barbosa decidiu por absolver o médico, julgando a denúncia improcedente. Assim, o magistrado teria dito que não viu provas do crime.

Entenda o caso

Na terça-feira, a vítima de 28 anos registrou boletim de ocorrência contra o médico. Isso, porque no dia 13 ela foi importunada sexualmente por ele durante consulta. Assim, a mulher que mora há pouco tempo em passou por constrangimento e decidiu fazer a denúncia.

Ainda segundo a vítima, ela tinha sintomas de uma doença e procurou o ginecologista, que de acordo com a paciente agiu de maneira nada profissional. No relato, ela conta que durante toda a consulta o homem disse frases de cunho sexual, incitando que a vítima deveria manter relações e até quase sugerindo isso a ela.

Com isso, ele inclusive disse que a vítima “tinha cara” de que gostava de ter relações e beijou a mão dela, sem permissão. Após várias insinuações, a vítima insistiu que tinha dúvidas ainda sobre o problema de saúde, mas o médico falou para ela pegar o WhatsApp dele, para tirar as dúvidas.

Por fim, disse para a vítima aguardar até o final do expediente para que ele tirasse “todas as dúvidas” da paciente e ainda ofereceu carona para ela até em casa. Constrangida, a paciente procurou uma médica no dia seguinte e foi atendida de forma profissional.

Após passar pela situação, ela foi até a 4ª Delegacia e fez a denúncia por importunação sexual.