A defesa da quadrilha que escavou um túnel para roubar o Banco do Brasil, em dezembro do ano passado, pediu pela transferência imediata dos presos, que ainda se encontram em celas do (Delegacia Especializada de Repressão a a Bancos, Assaltos e Sequestros), desde o dia 23 de dezembro de 2019.

Segundo a defesa, os presos estão me péssimas condições de higiene ‘fedendo', com a mesma roupa há 19 dias, sem direito a banho de sol, dormindo no ‘chão puro', e passando frio. No pedido, o advogado Alessandro Farias Rospide afirma que acontece abuso de autoridade em relação a ré Eliane Goulart Decursio, que se encontra nas mesmas condições em outra cela da delegacia.

Ainda segundo o pedido, o preso Bruno Oliveira de Souza que levou um tiro na mão e teve o rosto ferido por causa dos estilhaços precisa ser transferido para um estabelecimento penal, que ofereça atendimento médico, com ambulatório, já que precisa trocar com frequência os curativos. Ainda segundo a defesa foi questionado aos agentes da delegacia, quando seria feita a transferência, mas foi informado que a (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário de Mato Grosso do Sul) não havia disponibilizado vagas ainda.

Mas, segundo a defesa em denúncia recebida pelo Ministério Público Estadual, no dia 4 de janeiro deste ano, os presos já estariam sob a guarda da Agepen. Por fim, a defesa pede a transferência imediata para um estabelecimento penal dos custodiados.

No início de janeiro, a Justiça autorizou a quebra do sigilo telefônico dos presos para tentar identificar outros envolvidos no crime. O pedido de coleta de material genético foi negado. O MPMS (Ministério Público Estadual) havia feito o pedido da quebra do sigilo telefônico dos envolvidos no crime, na tentativa de encontrar mensagens, fotos e informações de outros possíveis envolvidos na tentativa de roubo de R$ 200 milhões do Banco do Brasil.

Segundo o pedido feito pelo MP, a quebra do sigilo também ajudaria na identificação de Antonio de Melo, conhecido como ‘Barba' e ‘Veio', como também para esclarecer a forma de atuação da quadrilha, que poderia ter agido em outros estados do país.

Sete pessoas foram presas no fim do ano de 2019 envolvidos na escavação do túnel e tentativa de roubo ao banco: Wellington Luiz dos Santos Junior, de 28 anos, Lourinaldo Belisário de Santana, de 51 anos, Francisco Melo Ribeiro, de 41 anos, Robson Alves do Nascimento, de 50 anos, Eliane Goulart Decursio de Brito, de 36 anos e Gilson Aires da Costa, de 43 anos.

O roubo

Foram aproximadamente seis meses de investigações. Na noite do dia 21 de dezembro, os policiais do Garras estavam na região do Monte Castelo, onde fica localizada a casa usada para escavação do túnel. Eles perceberam movimentação no local e decidiram fazer a atuação para desmantelar a organização criminosa.

Já por volta da 1 hora do dia 22 de dezembro, a equipe voltou ao local e percebeu um grupo deixando a casa em um caminhão e uma Hilux. A equipe viu os automóveis na Rua Dollor Ferreira de Andrade, na esquina com a Rua do Rosário, quando foi feita a primeira abordagem. O motorista do caminhão, Bruno, jogou o veículo contra um dos policiais que reagiu e atirou.

Bruno ainda conseguiu fugir num primeiro momento e em seguida foi feita abordagem aos ocupantes da Hilux, Antonio de Melo, o Barba, e José Willian Nunes Pereira, que estavam com pistolas em punho e atiraram contra os policiais. Os disparos foram revidados e eles chegaram a ser encaminhados para a Santa Casa, deram entrada na área vermelha, mas não resistiram aos ferimentos.

Os policiais conseguiram localizar Bruno já nas proximidades da Santa Casa, buscando por atendimento médico. Ele foi preso em flagrante. As equipes fizeram buscas na casa no Zé Pereira e prenderam Eliane, Wellington, Lourinaldo, Francisco e Robson. Já em outra casa na Rua Iguassu, no Amambaí, foi detido Gilson. Com ele foram apreendidos vários aparelhos celulares, entre outros aparatos.