Com um sinal “x” na mão, uma mulher de 39 anos pediu ajuda após ser mantida em cárcere por um ano pela própria irmã. A vítima tem deficiência auditiva e mora também com a filha de três anos. As duas foram resgatadas pelo Promuse (Programa Mulher Segura) da Polícia Militar. Esse foi o primeiro caso atendido em da campanha “Sinal Vermelho para a Violência Doméstica”.

De acordo com as informações de policiais do Promuse, a mulher mora com a irmã no , em Campo Grande e, na manhã desta quinta-feira (25), procurou ajuda da filha, que mora na cidade de .

“Sabendo da campanha, como ela não poderia ir a uma , conseguiu se esconder no quarto e mandou a foto com o símbolo para a filha”, explicou Gizele Guedes Viana, sargento do 1º BPM de Campo Grande.

A família da mulher procurou a polícia de Aquidauana, que acionou o Promuse em Campo Grande. “Fomos até a casa, onde ela relatou toda a violência em libras e foi resgatada junto com a filha de três anos”, afirmou Gizele.

Conforme a denúncia, a vítima era obrigada a fazer todos os afazeres domésticos da casa, também era proibida de sair de casa e, muito menos, ir ao médico. A mulher sofria ofensas, humilhações, também era constrangida pelo cunhado e a irmã, que não tinham pudor com questões intimas do casal.

A vítima e a filha de três anos foram retiradas da casa e levadas para a (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) em Campo Grande, que tomará as medidas necessárias. O caso será investigado.

“Sinal Vermelho contra a Violência Doméstica”

Refém da irmã, deficiente faz foto com 'x' na mão para avisar a família em MSCom um “x” desenhado nas mãos ou em um papel, vítimas de violência doméstica, podem denunciar o crime em farmácias de Campo Grande. Ao mostrar o sinal, o atendente do local aciona a polícia para prestar apoio à vítima.

A campanha “Sinal Vermelho para a Violência Doméstica” foi criada pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e a AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros) no último dia 10 de junho. A iniciativa tem como foco ajudar mulheres em situação de violência a pedirem ajuda nas farmácias do país.

“O objetivo da campanha é oferecer um canal silencioso, permitindo que essas mulheres se identifiquem nesses locais e, a partir daí, sejam ajudadas e tomadas as devidas soluções. É uma atitude relativamente simples, que exige dois gestos apenas: para a vítima, fazer um X nas mãos; para a farmácia, uma ligação”, disse a coordenadora do Movimento Permanente de Combate à Violência Doméstica do CNJ, conselheira Maria Cristiana Ziouva.

O protocolo é, de fato, simples: com um “X” vermelho na palma da mão, que pode ser feito com caneta ou mesmo um batom, a vítima sinaliza que está em situação de violência. Com o nome e endereço da mulher em mãos, os atendentes das farmácias e drogarias que aderirem à campanha deverão ligar, imediatamente, para o 190 e reportar a situação. O projeto conta com a parceria de 10 mil farmácias e drogarias em todo o país.