A defesa dos guardas municipais presos na Operação Omertà, no dia 27 de setembro de 2019 pede para a volta dos réus para presídio em Campo Grande. Seis réus foram transferidos da Capital para presídios do interior, no dia 21 de dezembro do ano passado.

No início do mês, a Justiça negou o pedido da defesa para que os réus voltassem a ocupar celas de presídio em Campo Grande. No último dia 5 de janeiro, os advogados Márcio Souza de Almeida e Lucas Caique da Silva Palermo entraram com mandado de segurança contra o diretor-presidente em exercício da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário de Mato Grosso do Sul), Acir Rodrigues afirmando que não foi apresentada aos recorrentes, advogados a motivação para movimentação dos apelantes.

Ainda segundo a defesa, os réus estão detidos em celas com presos comuns colocando a vida deles em risco. Ainda segundo a peça, os réus estão sem as visitas de familiares, que não tem condições de fazerem viagens para o interior para as visitas. A defesa ainda alega que poderia ser feito o uso de tornonzeleira eletrônica. Por fim, os advogados pedem pela volta com urgência dos guardas para uma unidade prisional da Capital.

A transferência aconteceu depois da descoberto um plano de fuga do grupo, que estava recolhido no Centro de Triagem, no Complexo Penitenciário do Jardim Noroeste, pela Agepen.

Igor e Eronaldo foram removidos para o PED (Presídio Estadual de Dourados). Já Alcinei, Rafael Peixoto e Robert foram encaminhados para o Presídio Estadual de Naviraí. Eurico dos Santos Motta, hacker que teria fornecido dados para a execução por engano de Matheus Coutinho Xavier, foi encaminhado para estabelecimento em Coxim.

Omertà

O Garras e o Gaeco, com apoio dos Batalhões de Choque e o Bope (Batalhão de Operações Especiais) da Polícia Militar, cumpriram mandados de prisão preventiva, prisão temporária e 21 mandados de busca e apreensão, nas cidades de Campo Grande e Bonito.

A ação levou a prisão de policiais civis, guardas municipais, policial federal e até militar do Exército, suspeitos de integrarem uma organização criminosa voltada à prática dos crimes de milícia armada, porte ilegal de armas de fogo de uso restrito, homicídio, corrupção ativa e passiva, entre outros crimes.

As investigações do Gaeco tiveram início em abril deste ano, com o objetivo de apoiar as investigações dos homicídios de Ilson Martins Figueiredo, Orlando da Silva Fernandes e Matheus Coutinho Xavier, conduzidas pelo Garras.