Foram concluídas as investigações sobre as mortes de Julian Kenedy Vilhalba da Silva e Edson dos Santos, assassinados em presídios de em 25 e 29 de dezembro de 2019. Nas duas ocasiões as motivações foram as mesmas, brigas entre as facções criminosas PCC (Primeiro Comando da Capital) e CV (Comando Vermelho).

No primeiro caso, a morte de Julian no dia 25 de dezembro no IPCG (Instituto Penal de Campo Grande), seis presos foram indiciados pelo . Um preso assumiu a autoria do crime e acabou entregando os comparsas. Conforme o delegado Ricardo Meirelles, que cumpre expediente na 3ª Delegacia de Polícia Civil, a motivação seria pelo detento ser de facção rival.

Polícia conclui investigação de mortes em presídios da Agepen e evidencia briga de facções
Delegado Ricardo Meirelles (Foto: Henrique Arakaki, Midiamax)

Ainda na época do crime, foi apurado pelo Jornal Midiamax que Julian simpatizava com o CV e estava em uma área do presídio em que sofria represálias. Ele chegou a provocar uma briga na cela para que fosse colocado em outra área do IPCG, mas caiu em uma cela em que um detento do PCC estaria.

A informação é de que esse interno teria sido expulso da facção, mas tentava voltar e, para isso, acabou revelando aos outros membros do PCC que Julian tinha uma dívida de mais de R$ 11 mil com a facção. Julian foi submetido a ainda na cela, agredido várias vezes pelos seis detentos e morto enforcado com uma corda artesanal.

Ainda de acordo com Meirelles, Edson também foi morto pela mesma motivação. Ele estava detido no Presídio de Segurança Máxima, em uma cela onde estariam detentos que foram transferidos do IPCG após a morte de Julian. No dia 29 de dezembro, ele foi enforcado por outros dois detentos.

O crime teria acontecido entre 4 e 6 horas. Edson foi encontrado enforcado na cela 504 do Pavilhão 6, com uma ‘tia' ou ‘Tereza', corda artesanal usada nos presídios. Aos agentes penitenciários, um dos presos acabou admitindo o crime e revelou que teve problemas com Edson por serem de facções criminosas diferentes. Ele ainda apontou o comparsa, que não assumiu, mas tinha marcas nos braços que apontam que teria segurado a vítima.

Nos dois casos, os autores responderão por homicídio qualificado por motivo fútil e por ação que dificultou a defesa da vítima. Os envolvidos também podem responder por integrarem facção criminosa.