No início da manhã deste domingo (29), Edson dos Santos, de 41 anos, foi assassinado no Presídio de Segurança de . Ele foi enforcado por outros dois detentos, Pedro Henrique Gonçalves Benites, de 27 anos, e Junior Fábio de Jesus Barbosa, de 29 anos, que assumiu a autoria do crime.

Segundo o delegado José Roberto de Oliveira Junior, plantonista da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Centro, que atendeu à ocorrência, o crime teria acontecido entre 4 e 6 horas. Edson foi encontrado enforcado na cela 504 do Pavilhão 6, com uma ‘tia' ou ‘tereza', corda artesanal usada nos presídios.

Aos agentes penitenciários, Junior acabou admitindo o crime e revelou que teve problemas com Edson pelo fato de que os dois seriam de facções criminosas diferentes. Ele ainda apontou Pedro Henrique como comparsa, mas já na delegacia ele tentou afirmar que agiu sozinho. Pedro não assumiu, mas tinha marcas nos braços que apontam que teria segurado a vítima.

Detento é assassinado na Máxima e crime pode ter ligação com morte de outro preso
Delegado José Roberto de Oliveira Junior (Foto: Renata Portela)

Conformo o delegado, as marcas no pescoço de Edson evidenciavam o , já que havia pelo menos três marcas da corda, e não apenas uma como em casos de enforcamento por suicídio. Equipes do Corpo de Bombeiros, Perícia e Polícia Civil estiveram no local e o delegado acompanhou o trabalho de perícia.

No depoimento, Junior chegou a dizer que matou Edson após confrontá-lo sobre a facção criminosa à qual pertencia. O de 41 anos teria chegado a dizer que já tinha agredido membros da facção de Junior. O preso acabou repassando a informação que Edson era de facção rival a outro detento, que deu a ordem do homicídio.

Também conforme o delegado José Roberto, uma das linhas de investigação é de que o crime possa ter relação com uma morte no IPCG (Instituto Penal de Campo Grande) registrada no dia 25. Naquela ocasião a morte também teria sido motivada por briga entre facções e seis detentos que estavam na cela de Edson, incluindo ele, foram transferidos do IPCG para a Máxima após o episódio.

O caso é tratado como homicídio qualificado por motivo fútil, por recurso que dificultou a defesa da vítima e também organização criminosa. Junior tem passagens por tráfico de drogas e Pedro por furtos.