‘Patrão’ dos cigarreiros de MS, ex-PM deve ser transferido para presídio federal em Mossoró

Na última quarta-feira (25), quase um mês após a Justiça Federal em Ponta Porã ser favorável à transferência de Fábio Costa para uma unidade federal, foi feita a juntada dos documentos. O arquivo de 1.042 páginas agora será encaminhado para a Corregedoria Judicial do Presídio Federal de Mossoró (RN), para onde o réu deve ser […]

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Na última quarta-feira (25), quase um mês após a Justiça Federal em Ponta Porã ser favorável à transferência de Fábio Costa para uma unidade federal, foi feita a juntada dos documentos. O arquivo de 1.042 páginas agora será encaminhado para a Corregedoria Judicial do Presídio Federal de Mossoró (RN), para onde o réu deve ser transferido.

O despacho é da 2ª Vara Federal de Ponta Porã, de terça-feira (24), com pedido da juntada dos documentos, que deveriam ser encaminhados para a Corregedoria do Rio Grande do Norte. No dia seguinte os documentos já estavam disponíveis e agora Fábio deve seguir para a unidade, após ficar mais de dois meses em um presídio no Paraná.

Após o pedido de transferência feito pelo MPF (Ministério Público Federal), a defesa de Fábio chegou a solicitar que ele não fosse para Mossoró, por causa da distância.

Denúncia e crimes

Fábio Costa, mais conhecido como Pingo ou Japonês, é ex-policial militar de Mato Grosso do Sul. Na Operação Nepsis, em 2018, ele foi apontado pelo MPF como ‘patrão’ da organização criminosa investigada, que atuava no contrabando de cigarros do Paraguai. Além de Pingo, outros três também foram denunciados como chefes da organização.

Na denúncia, consta que o grupo era responsável por formar um consórcio multimilionário, focado na criação dos “corredores logísticos de passagem”. Ou seja, rotas delimitadas pelos criminosos nas rodovias de Mato Grosso do Sul, para a entrada dos cigarros contrabandeados do país vizinho.

Como função dos patrões estavam a articulação da logística, como estabelecer as rotas, contratação e demissão de ‘gerentes’ e motoristas, também definir o valor que seria pago aos outros integrantes da organização criminosa. Além disso quais os dias em que trabalhariam e quais seriam de paralisação do transporte.

Os caminhões utilizados pelo grupo eram na maioria roubados ou furtados e tinham os sinais de identificação modificados. De forma extremamente organizada, o grupo teria feito a passagem de aproximadamente 1.000 carregamentos de cigarro para o Brasil, entre janeiro e dezembro de 2017.

Fábio foi denunciado por praticar o crime de receptação 16 vezes, 23 vezes crime contra telecomunicações, 9 vezes corrupção ativa, uma por falsidade ideológica, 9 por falsificação de documento particular e 6 por falsificação de documento público. Para o MPF, Pingo é considerado de altíssima periculosidade.

Prisão de Fábio

Mesmo com a prisão preventiva decretada, Fábio permaneceu foragido – e na lista dos 26 mais procurados no país – até ser localizado em 11 de outubro deste ano. Ele estava na mansão em que vivia, no Salto del Guairá (PY), quando agentes da Polícia Nacional Paraguaia o encontraram.

Fábio estava em um esconderijo, em que entrava por uma churrasqueira, e ficou horas escondido no local. Depois de ser preso, foi expulso e encaminhado ao presídio em Foz do Iguaçu (PR).

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