A dona de casa Simone Torrez, de 35 anos, viúva do entregador de pizzas Lucas de Assis, de 26 anos, morto após discussão por causa de na noite de domingo (16), no Jardim -Oeste, em , contesta a versão do suspeito e afirma que o marido não tinha arma e estava dormindo quando teve início a confusão. 

Na manhã desta terça-feira (18), o suposto autor, um motorista de aplicativo de 30 anos, se apresentou na 5ª Delegacia de Polícia Civil da Capital, acompanhado de um advogado. Na ocasião, informou que ao ver o pai sendo agredido pela vítima, agiu em legítima defesa, alegando que Lucas estava armado.

O delegado João Reis Belo, responsável pelo caso, afirma que o motorista teria dito que Lucas estava armado, mas o revólver da vítima não foi encontrado pela polícia. Já a arma usada no assassinato teria sido adquirida há um mês, depois do suspeito receber ameaças. Ele foi ouvido e vai responder em liberdade, ao menos por enquanto.

Neste sentido, Simone apresenta outras circunstâncias. Ela explicou que estava dormindo com o marido, quando ambos ouviram disparos. “Meu marido acordou para morrer”, lamenta. A viúva explicou que ao sair da casa, Lucas se deparou com um amigo que mora ao lado, sendo agredido com pauladas pelo pai do motorista.

Ao tentar intervir, foi baleado. “Meu marido não teve nada a ver com a confusão. O amigo dele estava ouvindo som, quando o rapaz [autor] chegou e eles começaram a discutir”, pontuou. Conforme relato dela, após a discussão, o motorista foi para a casa que fica em frente, pegou uma arma e atirou na direção da residência do amigo de Lucas. “Foi ai que nós acordamos, ouvindo três tiros”.

Após atirar, o autor saiu da casa e começou a fugir, ocasião em que o amigo de Lucas saiu para persegui-lo. No entanto, o pai do motorista se aproximou e passou a agredi-lo, oportunidade em que Lucas acordou, viu o amigo sendo agredido e foi defendê-lo. Ao ver do pai nesta situação, o autor voltou e atirou.

“Como alguém que está armado, atira em alguém desarmado que estava separando uma briga e diz que agiu em legítima defesa?”, questiona Simone, que lamenta a morte do marido ocorrida de forma banal. “O que vou fazer? Estou grávida oito meses, não posso trabalhar, moro em um barraco e era meu marido quem sustentava a casa, ninguém vai me ajudar”, lamentou.