Irmã suspeita de fazer mulher deficiente auditiva refém vai depor e já foi indiciada
Suspeita de manter a irmã de 39 anos em cárcere privado, moradora no Nova Lima, em Campo Grande, deve prestar depoimento para a Polícia Civil nesta segunda-feira (29). O caso foi descoberto após a vítima tirar a foto com um sinal de ‘X’ vermelho na mão. Isso faz parte do projeto “Sinal Vermelho para a […]
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Suspeita de manter a irmã de 39 anos em cárcere privado, moradora no Nova Lima, em Campo Grande, deve prestar depoimento para a Polícia Civil nesta segunda-feira (29). O caso foi descoberto após a vítima tirar a foto com um sinal de ‘X’ vermelho na mão. Isso faz parte do projeto “Sinal Vermelho para a Violência Doméstica”, em apoio às vítimas.
Conforme a delegada Fernanda Félix, titular da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), a suspeita já foi indiciada pela injúria real, humilhação e agressões contra a irmã. Ela também responderá pelo furto do benefício do INSS da vítima, mas o crime de cárcere privado ainda é investigado.
Segundo a delegada, foi apurado que a vítima não era obrigada a fazer os serviços domésticos na casa, mas coagida. Deficiente auditiva, ela foi ouvida na delegacia especializada com apoio de um intérprete de libras, que possibilitou o depoimento.
Sinal Vermelho Contra a Violência Doméstica
Conforme o Promuse (Programa Mulher Segura) da Polícia Militar, esse foi o primeiro caso atendido em Campo Grande da campanha. Na manhã de quinta-feira (25), a vítima procurou ajuda da filha, que mora na cidade de Aquidauana.
“Sabendo da campanha, como ela não poderia ir até uma farmácia, conseguiu se esconder no quarto e mandou a foto com o símbolo para a filha”, explicou Gizele Guedes Viana, sargento do 1º BPM de Campo Grande. Assim, a família procurou a polícia de Aquidauana, que acionou o Promuse em Campo Grande.
“Fomos até a casa, onde ela relatou toda a violência em libras e foi resgatada junto com a filha de três anos”, afirmou Gizele. Ainda confome a denúncia, a vítima era obrigada a fazer todos os afazeres domésticos, também era proibida de sair de casa e, muito menos, ir ao médico. A mulher sofria ofensas, humilhações, também era constrangida pelo cunhado e a irmã, que não tinham pudor com questões intimas do casal.
Com isso, a vítima e a filha de três anos foram retiradas da casa e levadas para a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) em Campo Grande, que tomará as medidas necessárias. O caso será investigado.
Como denunciar
Com um “X” desenhado nas mãos ou em um papel, vítimas de violência doméstica, podem denunciar o crime em farmácias de Campo Grande. Ao mostrar o sinal, o atendente do local aciona a polícia para prestar apoio à vítima.
Assim funciona a campanha “Sinal Vermelho para a Violência Doméstica”, criada pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e a AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros) no último dia 10 de junho. A iniciativa tem como foco ajudar mulheres em situação de violência a pedirem ajuda nas farmácias do país.
“O objetivo da campanha é oferecer um canal silencioso, permitindo que essas mulheres se identifiquem nesses locais e, a partir daí, sejam ajudadas e tomadas as devidas soluções. É uma atitude relativamente simples, que exige dois gestos apenas: para a vítima, fazer um X nas mãos; para a farmácia, uma ligação”, disse a coordenadora do Movimento Permanente de Combate à Violência Doméstica do CNJ, conselheira Maria Cristiana Ziouva.
O protocolo é, de fato, simples: com um “X” vermelho na palma da mão, que pode ser feito com caneta ou mesmo um batom, a vítima sinaliza que está em situação de violência. Com o nome e endereço da mulher em mãos, os atendentes das farmácias e drogarias que aderirem à campanha deverão ligar, imediatamente, para o 190 e reportar a situação. O projeto conta com a parceria de 10 mil farmácias e drogarias em todo o país.
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