Em despacho nesta sexta-feira (29), o Gaeco (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros) foi contrário ao pedido de revogação da prisão preventiva dos guardas municipais presos durante a deflagração da Operação Omertà, em setembro de 2019.

A defesa pediu a liberdade dos guardas Igor Cunha de Souza, Eronaldo Vieira da Silva, Rafael Carmo Peixoto, Alcinei Arantes da Silva, que foram transferidos no dia 21 de dezembro de 2019 para presídios do interior do Estado. No início do mês de janeiro deste ano, a Justiça negou o pedido de volta dos réus para estabelecimento penal de Campo Grande.

O Gaeco alegou que diante da gravidade dos crimes imputados aos guardas, que faziam parte da quadrilha de execuções na Capital, é contrário a liberdade dos réus de altíssima periculosidade. Ainda segundo o MP se colocados em liberdade “as chances dos requerentes homiziarem no afã de frustrar a aplicação da lei” são grandes.

No dia 29 de janeiro, a defesa pediu a Justiça celas especiais e segurança reforçada, já que os guardas corriam risco de morte ocupando celas comuns. No último dia 5 de janeiro, os advogados Márcio Souza de Almeida e Lucas Caique da Silva Palermo entraram com mandado de segurança contra o diretor-presidente em exercício da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário de Mato Grosso do Sul), Acir Rodrigues afirmando que não foi apresentada aos recorrentes, advogados a motivação para movimentação dos apelantes.

A transferência aconteceu depois da descoberto um plano de fuga do grupo, que estava recolhido no Centro de Triagem, no Complexo Penitenciário do Jardim Noroeste, pela Agepen.

Omertà

O Garras e o Gaeco, com apoio dos Batalhões de Choque e o Bope (Batalhão de Operações Especiais) da Polícia Militar, cumpriram mandados de prisão preventiva, prisão temporária e 21 mandados de busca e apreensão, nas cidades de Campo Grande e Bonito.

A ação levou a prisão de policiais civis, guardas municipais, policial federal e até militar do Exército, suspeitos de integrarem uma organização criminosa voltada à prática dos crimes de milícia armada, porte ilegal de armas de fogo de uso restrito, homicídio, corrupção ativa e passiva, entre outros crimes.

As investigações do Gaeco tiveram início em abril deste ano, com o objetivo de apoiar as investigações dos homicídios de Ilson Martins Figueiredo, Orlando da Silva Fernandes e Matheus Coutinho Xavier, conduzidas pelo Garras.