Delegado de MS que matou dentro de ambulância segue na cadeia
Foi publicado no Diário da Justiça desta sexta-feira (23) a decisão da Justiça de manter na prisão o delegado Fernando Araújo da Cruz Júnior, ex-titular da Deaji (Delegacia de Atendimento à Infância, Juventude e do Idoso) de Corumbá, acusado de matar o boliviano Alfredo Rangel Weber dentro de uma ambulância, em fevereiro de 2019. Na […]
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Foi publicado no Diário da Justiça desta sexta-feira (23) a decisão da Justiça de manter na prisão o delegado Fernando Araújo da Cruz Júnior, ex-titular da Deaji (Delegacia de Atendimento à Infância, Juventude e do Idoso) de Corumbá, acusado de matar o boliviano Alfredo Rangel Weber dentro de uma ambulância, em fevereiro de 2019.
Na decisão foi afirmado que a manutenção da prisão de Fernando seria pelo bem da ordem pública e para assegurar a lei da aplicação penal. Em julho deste ano foi divulgado no Diário Oficial, a pronúncia do delegado. Também vai a júri popular o policial civil acusado de auxiliar o delegado no crime, Emmanuel Nicolas Contis Leite. Ele foi pronunciado pelos crimes previstos nos artigos 344 e 347 do Código Penal, que tratam de exercício arbitrário das próprias razões e favorecimento pessoal.
Já o delegado Fernando foi enquadrado nos mesmos crimes, além de homicídio qualificado por motivo torpe e mediante traição ou emboscada ou recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido.
Relembre o caso
O boliviano Alfredo foi esfaqueado em uma festa e depois socorrido, sendo levado de ambulância para Corumbá. Então, o delegado interceptou a ambulância e o matou a tiros antes de chegar ao hospital. Mas Fernando, achando que não havia testemunhas do crime, foi pego de surpresa quando foi informado pelo investigador da Polícia Civil, Emmanuel Contis, de que a irmã da vítima estava na ambulância e viu o assassinato.
Em meio a toda a trama do homicídio, testemunhas foram coagidas sendo uma delas o motorista da ambulância, que teve como advogada a mulher de Fernando, Silvia. No entanto, o que o casal não esperava era que policiais bolivianos e até um promotor usassem de chantagem para extorquir os dois, com pedido de R$ 100 mil para que não implicassem o delegado ao assassinato.
Na tentativa de encobrir os rastros do crime até execuções dos policiais e delegados que estavam investigando o caso foi arquitetada por Fernando e Emmanuel, que informava ao delegado todos os passos das investigações. O delegado ainda estaria ligado ao tráfico de drogas, já que ele e a mulher estariam em contato com Fernando Limpias, que já havia trabalhado para Adair José Belo conhecido como ‘Belo’ e para Sérgio de Arruda Quintiliano, o Minotauro, que foi preso em Santa Catarina, no dia 4 de abril.
Fernando Limpias estaria comprando fazendas, com pista de pouso, na Bolívia para o transporte de drogas e estava à procura de ‘parcerias’. Silvia, então, teria oferecido a ‘parceira’ através da logística de reabastecimento dos aviões. Nas conversas com o traficante é perceptível o domínio do assunto tanto pelo delegado como por sua mulher. A defesa do delegado negou as acusações sobre envolvimento com o tráfico de drogas.
Assim, Fernando e Emmanuel foram presos em 29 de março, em ação da DEH (Delegacia Especializada de Homicídios) e Garras (Delegacia Especializada em Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros).
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