Cinco membros do PCC são denunciados por homicídio mesmo com vítima desaparecida
Um mês após o desaparecimento de Maykel Martins Pacheco, de 19 anos, o juiz Aluízio Pereira dos Santos recebeu denúncia contra cinco homens, todos membros do PCC (Primeiro Comando da Capital), acusados do homicídio da vítima. O quinto integrante foi identificado pela Polícia Civil e o juiz decidiu pela prisão preventiva na quarta-feira (8). A […]
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Um mês após o desaparecimento de Maykel Martins Pacheco, de 19 anos, o juiz Aluízio Pereira dos Santos recebeu denúncia contra cinco homens, todos membros do PCC (Primeiro Comando da Capital), acusados do homicídio da vítima. O quinto integrante foi identificado pela Polícia Civil e o juiz decidiu pela prisão preventiva na quarta-feira (8).
A partir do inquérito policial, o ‘julgamento’ feito pelo PCC e a morte de Maykel foram detalhadas. O caso chegou até a polícia em 5 de dezembro de 2019, após o rapaz desaparecer do Nhanhá, bairro onde estava morando havia aproximadamente um mês e a mãe dele denunciar que recebeu mensagens de uma namorada de Maykel, informando que o PCC tinha matado ele.
A partir daí a polícia iniciou as buscas e chegou à prisão de quatro integrantes da quadrilha, Tales Valensuela Gonçalves, de 22 anos, Iago Gustavo Ribeiro Bronzoni, de 20 anos, Márcio Fernandes Feliciano, de 40 anos e Everson Silva Gauna, de 20 anos. Pelo menos mais dois envolvidos no crime foram identificados, sendo que contra um foi feito pedido de prisão preventiva.
Tribunal do crime do PCC
Conforme as investigações policiais, Maykel foi morto pelo PCC mesmo sendo simpatizante à facção criminosa, já que integrantes descobriram que ele já tinha sido faccionado ao Comando Vermelho, quando morava em Rondonópolis (MT). O homicídio começou a ser orquestrado cerca de um mês antes, quando a ex-cunhada e o namorado dela convidaram o rapaz para morar com eles no Nhanhá.
Maykel saiu da casa da mãe e foi morar naquele bairro, onde comercializava drogas. A partir dali os membros da facção começaram a estudar a vida do rapaz e, quando já tinham informações suficientes, cometeram o crime. A ex-cunhada de Maykel teria topado participar indiretamente do crime porque estaria com dívidas de droga com o PCC.
No dia 4 de dezembro, Maykel foi convidado por Tales para ir até um local buscar drogas, quando o deixou na ‘cantoneira’, como são chamados os cativeiros. Lá, onde moravam Igor e Everson, Maykel teria sido mantido até o dia da execução, fato estranho à polícia, uma vez que é comum a troca de cantoneiras diariamente para despistar.
Os quatro homens presos inicialmente não falaram sobre os outros envolvidos no crime, já que seriam membros do alto escalão do PCC, que estariam à frente do julgamento. Maykel foi levado da cantoneira ao local ainda incerto, no Palio vermelho, que foi apreendido posteriormente e periciado. Foi identificado que outros dois homens teriam participado do homicídio e levado a vítima até o local da execução.
Um dos suspeitos, que seria um dos principais fornecedores de droga de um bairro de Campo Grande foi identificado e teve prisão preventiva decretada após pedido do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul). Já o outro, seria marido de uma das acusadas da execução de Joice Viana Amorim, decapitada em maio de 2018 pelo PCC, também em tribunal do crime.
Não é descartada a participação da jovem, que atualmente está em liberdade, mas até o momento nada foi comprovado. Após a morte de Maykel, a ex-cunhada dele foi avisada e teve que falar para a namorada do rapaz enviar mensagens para a mãe dele informando sobre o homicídio. Vídeos do jovem em cativeiro chegaram até a polícia, mas até o momento o corpo não teria sido localizado.
As testemunhas já foram definidas para serem citadas e ouvidas e o caso segue em investigação também pela DEH (Delegacia Especializada de Homicídios). Foram tipificados pelo MPMS os crimes de homicídio qualificado por motivo torpe e dissimulação, cárcere privado, ocultação de cadáver, concurso de pessoas e integrar associação criminosa.
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