O pente-fino realizado no PED (Presídio Estadual de Dourados) na manhã de quinta-feira (17) resultou na apreensão de 46 celulares, modens de , droga, cachaça e até uma ‘sky gato'. A ação, que ocorreu no município a 225 quilômetros da Capital, teve represália e foi controlada após tiros de borracha e ação dos cães do .

Conforme as informações obtidas pelo Jornal Midiamax, quatro internos foram autuados por desobediência, desacato e resistência. Um deles, Eduardo Mendes, chegou a ser apontado como líder da cela 27. A vistoria realizada por agentes penitenciários teve auxílio do Batalhão de Choque para conter e retirar presos das celas e teria sido feita na ala onde estão membros do PCC (Primeiro Comando da Capital).

Nesta cela 27 estavam 21 internos ao todo, sendo que foi encontrado o conversor de televisão. Os presos não disseram de quem seria o aparelho e foram encaminhados ao RDD (Regime Disciplinar Diferenciado), onde ficaram algum tempo até que um dos internos assumiu a propriedade do aparelho.

Quando retornaram para a cela, eles teriam se alterado e começado a bater nas grades, além de arremessar objetos, chegando a atingir o policial comandante da operação. Foi ordenado que os presos parassem, mas como eles continuaram foram disparados dois tiros de elastômero, atingindo um dos internos na perna.

Além disso foi utilizado bastão para retirar os presos da cela e coloca-los novamente na contenção. Como continuaram com a gritaria e movimentação, também foram utilizados os cães da polícia, sendo que um acabou mordendo a pena de um dos detentos.

Eduardo, apontado como líder da cela, além de outros três internos foram autuados pela movimentação. Ao todo foram verificadas 24 celas daquela ala do presídio e foram apreendidos também balança de precisão, 33 facas, modens de internet e roteador 4g, 46 celulares, 38 papelotes de cocaína, 19 porções de maconha e 8 garrafas pet com cachaça.

PM usou tiros de borracha e cães para controlar presos do PCC em pente-fino
Foram apreendidas 33 facas (Foto: Divulgação)

Com a vistoria também foram encontradas celas serradas, reforçando a suspeita de que os internos tentariam fugir.

Plano de fuga

A (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) confirmou que presos do PED planejavam fuga em massa e foi feito reforço policial nas muralhas. Uma movimentação incomum durante visita de familiares também aumentou a suspeita de que algo era programado pelos presos.

Segundo o presidente da Sinsap (Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária de MS) André Santiago, que acompanhou a operação na PED, há duas semanas foram apresentadas denúncias para o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), para Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública) sobre todos os problemas que a PED vem enfrentando.

Para Santiago, a instabilidade de segurança na PED acontece pela falta de agentes penitenciários e de policial militar. “Se resolve convocando todos os aprovados do concurso público, incluindo os remanescentes, para assim liberar os policiais militares das muralhas, mas também a capacitação dos agentes para o uso de arma de fogo, pois não há como fazer o translado destes presos sem a presença da arma de fogo”, relatou o presidente citando que apenas 10 agentes fazem o plantão dos mais de 2,6 mil detentos da PED.