Após denúncia de facilidades para PCC, PM ocupa presídio de Dourados para pente-fino
Após reportagem do Jornal Midiamax revelar indícios de que as celas nas unidades prisionais da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) se tornaram verdadeiros ‘escritórios’ para gestão do PCC (Primeiro Comando da Capital), o Batalhão de Choque da Polícia Militar entrou nesta manhã de quinta-feira (17) na PED (Penitenciária Estadual de Dourados) para […]
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Após reportagem do Jornal Midiamax revelar indícios de que as celas nas unidades prisionais da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) se tornaram verdadeiros ‘escritórios’ para gestão do PCC (Primeiro Comando da Capital), o Batalhão de Choque da Polícia Militar entrou nesta manhã de quinta-feira (17) na PED (Penitenciária Estadual de Dourados) para um pente-fino.
Não há informações complementares do número de agentes na ação e os motivos vinda dos policiais de Campo Grande. A entrada na PED aconteceu por volta das 6h30 e a revista em busca de materiais proibidos, como drogas e aparelhos celulares, ainda não terminou.
A princípio, no último dia 12 teria ocorrido uma tentativa de fuga e de princípio de motim no PED, resultando na ação policial desta quinta-feira. No final de setembro, nove detentos tentaram pular o muro da PED usando cordas amarradas em uma garra de ferro, mas apenas um conseguiu fugir do local. Os demais foram capturados em um trabalho em conjunto de agentes penitenciários e policiais militares.
O uso de celulares dentro das unidades prisionais estaduais de Mato Grosso do Sul é apontado como um dos principais elementos a embalar o avanço do PCC nas cidades sul-mato-grossenses.
Celulares nos presídios de MS
Na última terça-feira (15), o Jornal Midiamax divulgou matéria sobre denúncia a respeito da entrada e do uso de aparelhos celulares nos presídios de Mato Grosso do Sul, entre outros produtos como bebidas alcoólicas e drogas. Com os celulares nos presídios, as celas têm se tornado verdadeiros ‘escritórios’ de facção criminosa, conforma apontado por investigação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).
Interno de sistema prisional da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) de MS divulgou que muitos aparelhos entram por meio de agentes, que recebem algo em torno de R$ 300 para entregarem os celulares aos responsáveis pelo comércio nos presídios, os presos que trabalham nas cantinas.
Já para os internos o valor varia de R$ 1 mil a R$ 1,5 mil conforme a qualidade do aparelho. Uma fonte da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) revelou que mesmo aos policiais do Batalhão de Choque, algumas celas seriam ‘blindadas’ para vistoria, já que conforme o interno do presídio, todas as celas têm celulares, mas apenas em algumas estão os ‘mocós’.
Os aparelhos ficam escondidos em buracos e até mesmo nos sanitários das celas e um detento se responsabiliza se o material ‘cair’. Dali, os outros bancam em torno de R$ 500 cada na defesa do detento se ele for preso. A Agepen alegou que não procede tal informação e ainda que usa bloqueadores e scanners para combater a entrada e funcionamento dos telefones nas unidades.
Em relação à denúncia de servidores envolvidos nas irregularidades, a Agepen diz que as vistorias são realizadas ‘de forma pontual, em algumas celas específicas’. Segundo o órgão, existem revistas pontuais, com levantamento prévio de inteligência e as gerais, em todas as celas, que seriam baseadas em ‘levantamentos de inteligência’.
Sindicato denuncia ‘farra do boi’ nos presídios sem PM
Enquanto isso, uma briga administrativa pode piorar ainda mais o quadro. Segundo o Sindicato dos Agentes Penitenciários, o efetivo não é suficiente para coibir a entrada de aparelhos e de drogas pelas muralhas dos presídios. O presidente do sindicato, André Santiago, pontuou que a entrada dos produtos tem ocorrido em vários horários do dia.
“Não tem policiamento nas muralhas, aquilo virou a farra do boi. Eles sabem os horários que os presos vão estar no banho de sol e jogam os aparelhos pela muralha, até durante o dia”, pontuou. Segundo ele, muitos aparelhos entram pela Máxima e são redistribuídos pelos presos para as outras unidades do complexo prisional, exemplificando a situação dos presídios de Campo Grande.
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