PF investigado por ligação com milícia tinha acesso a informações sigilosas, diz delegado
Durante sua participação no programa Midiamax Entrevista desta segunda-feira (30), o delegado Cleo Mazzotti, superintende da PF (Polícia Federal) em Mato Grosso do Sul, afirmou que a corporação vai abrir Procedimento Administrativo Disciplinar para investigar o policial federal Everaldo Monteiro de Assis, preso na sexta-feira passada por suspeita de ligação com milícia em Campo …
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Durante sua participação no programa Midiamax Entrevista desta segunda-feira (30), o delegado Cleo Mazzotti, superintende da PF (Polícia Federal) em Mato Grosso do Sul, afirmou que a corporação vai abrir Procedimento Administrativo Disciplinar para investigar o policial federal Everaldo Monteiro de Assis, preso na sexta-feira passada por suspeita de ligação com milícia em Campo Grande.
Segundo Mazzotti, o investigado estava na ativa e, por este motivo, usava sua senha para consultar o sistema de informações da PF. De acordo com levantamento do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Bancos, Assaltos e Sequestros), Everaldo teria repassado dados privilegiados à organização criminosa.
“Colaboramos com a investigação, em especial na perícia dos armamentos (arsenal apreendido) e com dados necessários sobre o policial, inclusive, informações que nos possibilitaram fazer cumprimento da busca e prisão dele”, explicou o delegado, informando que o investigado teria usado a chave de acesso para pesquisas. “Usou porque está na ativa”, completou.
Além do procedimento administrativo, o policial está afastado e foi preso temporariamente. “Ele terá amplo direito à defesa e ao contraditório e dentro do que for comprovado, dentro de sua culpabilidade, será apenado […] normalmente ao instaurar o procedimento, a nossa Corregedoria requer liminarmente o afastamento”.
Defesa e Operação
Everaldo foi preso no âmbito da Operação Omertá, deflagrada na sexta-feira passada pelo Gaeco, Garras e Batalhão de Choque da Polícia Militar, para desarticular milícia que atuava na Capital promovendo execuções. A defesa disse mais cedo ao Midiamax, que o policial não teria compartilhado informações sigilosas.
O juiz aposentado e advogado Odilon de Oliveira, que defende Everaldo, afirmou que é prática comum a troca de informações e até entre policiais. “Trata-se de uma troca colaboração, isso não é ilegal”, falou Odilon.
Ainda segundo o juiz aposentado, disse que Everaldo teria repassado dados a um policial civil por solicitação acreditando que os dados seriam empregados em alguma investigação. “Nossa linha de defesa será falar e escrever exatamente a verdade e mostrar que o Brasil precisa regulamentar esse intercâmbio ou compartilhamento de dados”, finalizou Odilon de Oliveira.
A ação desenvolvida na última sexta-feira (27), contou com 17 equipes do Garras, Gaeco e Batalhão de Choque da PM. Foram cumpridos 44 mandados na Capital, sendo 13 de prisão preventiva, 10 de prisão temporária e 21 de busca e apreensão. Informações são de que os empresários Jamil Name e Jamil Name Filho seriam suspeitos de chefiar uma milícia envolvida com execuções em Campo Grande. A polícia apreendeu R$ 150 mil em posse do empresário Jamil Name.
Foram presos durante a operação 23 pessoas entre elas Jamil Name e Jamil Name Filho. Os presos foram Alexandre Gonçalves Franzoloso, Elvis Elir Camargo Lima; Eronaldo Vieira da Silva; Euzébio de Jesus Araújo; Everaldo Monteiro de Assis; Frederico Maldonado Arruda; Igor Cunha de Souza; Luis Fernando da Fonseca; Rafael Carmo Peixoto Ribeiro; Rudney Machado Medeiros; além de Alcinei Arantes da Silva; Andrison Correia; Eltom Pedro de Almeida; Flávio Narciso Morais da Silva, José Moreira Freires; Juanil Miranda Lima; Marcelo Rios; Márcio Cavalcanti da Silva; Márcio Cavalcanti da Silva; Rafael Antunes Vieira; Robert Vítor Kopetski, Vladenilson Daniel Olmedo.
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