O policial Rafael Grandini Salles, escrivão da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, preso por tráfico de drogas na última sexta-feira (22), durante cumprimento de mandado de busca e apreensão, passa por audiência de custódia nesta segunda-feira (25). O mandado que era parte da Omertà foi cumprido em Ponta Porã, a 346 quilômetros de . Em depoimento no Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros), ele disse que já esperava por buscas na casa.

Durante seu depoimento, Rafael disse que depois da que foi deflagrada no dia 27 de setembro deste ano, ele já esperava por buscas na casa já que dividia o imóvel com os policiais presos Vladenilson Olmedo, Frederico Maldonado e Elvis Camargo Lima. Ainda durante seu depoimento, o escrivão ressaltou que não sabia da cocaína.

A droga foi encontrada no bolso de um casaco em um dos quartos, que Rafael disse ser de Vladenilson, o Vlad e de Frederico, o Fred. Ele ainda disse que não mexeu ou retirou nada da casa por que sabia que poderia ser acusado de destruição ou ocultação de provas. A residência era dividida com outros colegas de profissão, segundo ele por ser muito grande, com três quartos, sala, cozinha e área de lazer.

Está não é a primeira vez que um policial civil é preso com drogas, em junho deste ano o delegado titular de Aquidauana, Eder de Oliveira, foi detido acusado do desaparecimento de uma carga de cocaína avaliada em R$ 100 milhões. O delegado foi denunciado pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), em agosto deste ano por integrar uma organização criminosa voltada para om tráfico de drogas em Aquidauana. Junto com a advogada Mary Stella Martins de Oliveira, ele beneficiava a traficante Sandra Ramona da Silva, fornecendo informações privilegiadas.

Em julho, Eduardo Luciano Diniz de 37 anos, investigador da Polícia Civil de Itaquiraí foi preso depois de furtar 177 quilos de maconha da delegacia. Ele foi afastado de suas funções. O policial teria furtado 177 quilos da droga, levado até uma chácara e substituído por 200 quilos de maconha, porém de qualidade inferior. Cristiano da Silva Marques, de 32 anos, e Moisés Lopes Ferreira, de 37 anos, teriam ajudado o investigador no crime. Moisés acabou preso, apontado como receptador da droga.

Omertà

Os policiais civis foram presos em 27 de setembro deste ano, durante a Operação Omertà. A operação cumpriu mandados de prisão preventiva, temporária e mandados de busca e apreensão em Campo Grande e Bonito.

Além dos policiais também foram presos guardas municipais, policial federal e um militar do Exército, suspeitos de integrarem uma organização criminosa voltada à prática dos crimes de armada, porte ilegal de armas de fogo de uso restrito, homicídio, corrupção ativa e passiva, entre outros crimes.

As investigações do Gaeco tiveram início em abril deste ano, com o objetivo de apoiar as investigações dos homicídios de Ilson Martins Figueiredo, Orlando da Silva Fernandes e Matheus Coutinho Xavier, conduzidas pelo Garras.

Os membros da organização criminosa tidos como líderes e gerentes atualmente estão detidos no Presídio Federal de Mossoró (RN). São eles , Jamil Name Filho, o policial civil Marcio Cavalcanti da Silva, o ‘Corno' e o policial civil aposentado Vladenilson Daniel Olmedo, o ‘Vlade'.