O empresário Jamil Name e todos os outros quatro presos durante a Operação Omertà que tiveram flagrantes registrados passaram pela audiência de custódia nesta segunda-feira (30) e vão continuar detidos. Além das prisões decretadas na investigação de suposta milícia envolvida com crimes de pistolagem em Campo Grande, eles foram flagrados com armas ilegais e tiveram os flagrantes convertidos em prisão preventiva pelo juiz David de Oliveira Gomes Filho.

O juiz relatou que não considerou suficiente o fato de Jamil ser idoso para cumprir prisão domiciliar. Ele deve ser encaminhado a uma unidade prisional. Em depoimento depois da prisão, Name alegou que não sabia como um carregador de pistola Glock  e munições calibre 9mm foram parar na cômoda da casa dele. O empresário afirmou não possuir armamento.

Ainda em depoimento, ele disse que uma espingarda encontrada com seu funcionário Adelino Louveira no seu Haras poderia ser sua, e que se fosse deveria ter registro na Receita Federal. A espingarda teria sido entregue ao funcionário para defesa pessoal.

Todos os outros presos na operação, o policial civil Frederico Maldonado, Eltom Pedro de Almeida, Luís Fernando da Fonseca e Arthur Cunha D’Alecio, segurança particular tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça.

Outros presos

Frederico Maladonado assinou um flagrante depois de ser encontradas no guarda-roupa de casa munições de origem estrangeira e de calibre 38. Em depoimento, ele contou que os projéteis poderiam ter relação com uma arma dada a ele em cautela pelo juiz de Ponta Porã, e que seriam usadas para ‘treinamento’.

Eltom Pedro de Arruda foi preso em flagrante por manter em casa 10 munições, além de uma pistola. Alegou que a arma seria do avô, que já morreu, e que nunca teria sido usada por ele. Ainda em depoimento, disse ‘estranhar’ sua prisão.

O flagrante de Luís Fernando da Fonseca, treinador de cavalos do haras de Jamil Name, foi a apreensão de um revólver na gaveta de casa com cinco munições intactas e 23 munições de calibre .40. Ele disse não ter registro e nem autorização para armamento, e que havia comprado de um desconhecido há 6 anos na região.

Por fim, Arthur Cunha D’Alecio foi preso depois de ter encontrados em casa 27 pinos de cocaína, que admitiu ter comprado na Casa do Albergado, onde cumpre pena por lesão corporal dolosa. Disse ainda que arma e munições encontradas seriam de seu irmão, Igor Cunha, também alvo da operação, mas seriam registradas.

Operação Omertà

A ação desenvolvida na última sexta-feira (27), contou com 17 equipes do Garras, Gaeco e Batalhão de Choque da PM. Foram cumpridos 44 mandados na Capital, sendo 13 de prisão preventiva, 10 de prisão temporária e 21 de busca e apreensão. Informações são de que os empresários Jamil Name e Jamil Name Filho seriam suspeitos de chefiar uma milícia envolvida com execuções em Campo Grande. A polícia apreendeu R$ 150 mil em posse do empresário Jamil Name.

Foram presos durante a operação 20 pessoas entre elas Jamil Name e Jamil Name Filho. Os presos foram Elvis Elir Camargo Lima; Eronaldo Vieira da Silva; Euzébio de Jesus Araújo; Everaldo Monteiro de Assis; Frederico Maldonado Arruda; Igor Cunha de Souza; Luis Fernando da Fonseca; Rafael Carmo Peixoto Ribeiro; Rudney Machado Medeiros; além de Alcinei Arantes da Silva; Andrison Correia; Eltom Pedro de Almeida; Flávio Narciso Morais da Silva; Marcelo Rios; Márcio Cavalcanti da Silva; Rafael Antunes Vieira; Robert Vítor Kopetski, Vladenilson Daniel Olmedo.

Revogação concedida

Alvo de mandado de prisão temporária, o advogado Alexandre Gonçalves Franzoloso teve a prisão revogada pelo desembargador Sideni Soncini Pimentel, no fim da manhã de sábado (28). Alexandre, assim como outras 22 pessoas, foi alvo da Operação Ormetà, que investiga atuação de milícia em Campo Grande.

Alexandre não chegou a ser preso na sexta-feira (27) porque estava fora de Campo Grande. Na noite de ontem, a OAB-MS (Ordem dos Advogados do Brasil) ingressou com habeas corpus justificando que prerrogativa de advogado havia sido violada.

Na decisão, Sideni afirma que não há, no mandado de prisão do juízo de primeira instância, elementos concretos que vinculem Alexandre aos atos criminosos.