‘Houve sim um feminicídio’, diz deputada que acompanha julgamento

A deputada federal Rose Modesto (PSDB), que acompanha o julgamento do baterista Luís Alberto Bastos Barbosa, 29 anos, acusado de matar a musicista Mayara Amaral, em julho de 2017, afirmou que defende a qualificadora de feminicídio. “Se houve envolvimento amoroso, se houve crime, houve sim feminicídio”, declarou a deputada. Para Rose, que faz parte da […]

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A deputada federal Rose Modesto (PSDB), que acompanha o julgamento do baterista Luís Alberto Bastos Barbosa, 29 anos, acusado de matar a musicista Mayara Amaral, em julho de 2017, afirmou que defende a qualificadora de feminicídio. “Se houve envolvimento amoroso, se houve crime, houve sim feminicídio”, declarou a deputada.

Para Rose, que faz parte da comissão externa que investiga casos de feminicídio e violência doméstica na Câmara Federal, Luís não agiu no calor da emoção e espera um resultado justo. “Em crimes como esse, não se age no calor da emoção. O meu sentimento, o sentimento de todos nós, acredito que não seja diferente o sentimento do júri que está hoje aqui, um resultado justo”.

Rose Modesto faz parte da Comissão Externa e é autora de projeto de Lei 1568, que está colhendo assinaturas em todo o país, pedindo aumento da pena do feminicídio de 12 para 20 anos, em regime fechado, sem benefícios. “Estou aqui em solidariedade a família e também como mulher. É preciso se investir no antes, educar os meninos que ‘não é não’ que nem sempre o homem vai ter tudo que ele quer da mulher. O homem tem que saber respeitar isso”, afirma.

Julgamento

Luís está sendo julgado nesta sexta-feira (29) pelo crime de homicídio, qualificado pelo feminicídio, motivo fútil e meio cruel. Durante o julgamento, Luís afirmou que se lembrava apenas de ter dado uma martelada na cabeça da musicista Mayara Amaral. A defesa alega que tanto ele, quanto Mayara, estavam sob efeito de álcool e droga, quando começaram uma briga.

Conforme o advogado Conrado Passos, a briga começou porque Luís acreditava que ela teria passado uma DST (Doença Sexualmente Transmissível). “Dois drogados no motel, não deu outra, ela não tinha nada que provocar. Ele queria ir embora, e ela não deixou”. A defesa também pede exclusão das qualificadoras e apresenta laudo de sanidade mental, que atesta Luís como semi-imputável.

Já a acusação comprovou, com exames exibidos em plenário, que Mayara não tinha DST. Também afirma que o réu agiu por motivo fútil, mas quer por a culpa do crime nas drogas. “Ele só falou coisas benéficas a ele para conseguir redução de pena”, afirmou a promotora do Ministério Público, Aline Lopes.

Mayara Amaral teve a vida interrompida, em julho de 2017, quando foi morta com golpes de martelo pelo baterista Luís Alberto Bastos Barbosa, 29 anos. Ela também teria sido esganada e teve R$ 17,3 mil em bens roubados. Além de Luís, mais dois homens foram presos no dia seguinte ao achado do corpo, acusados de participação no assassinato, mas após investigações concluíram que o baterista agiu sozinho.

O corpo da musicista foi encontrado por peões de fazendas da região do Inferninho, ainda em chamas. A defesa do acusado usou como estratégia o fato de Luís ser usuário de drogas e pediu uma avaliação de sanidade mental do rapaz, por acreditar que o crime tenha sido motivado por um distúrbio muito além de sua vontade.

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