O juiz Ricardo Wiliam Carvalhos dos Santos, da em , proferiu a primeira sentença contra a máfia do contrabando de cigarros desarticulada pela Polícia Federal durante a Operação Teçá, deflagrada no dia 8 de agosto, em Mato Grosso do Sul, e Rio Grande do Norte.

Deividy Fernando Panício dos Santos, foi condenado a cinco anos e dez meses de reclusão em regime fechado. Conforme apurado, ele atuava como coordenador da organização criminosa, com a função de manter contatos com motoristas, batedores, olheiros e policiais corruptos. O principal objetivo era sincronizar a passagem dos caminhões para que não houvesse risco de abordagem.

Ele falava com todos ao mesmo tempo e estava muito próximo do batedor. Rodrigo Barros de Araújo, que desempenhava papel de batedor, responsável pela escolta da droga e monitoramento da rodovia, foi condenado a quatro anos e quatro meses de prisão em regime semiaberto. Ao todo, o grupo investigado movimentou cerca de R$ 144 milhões em contrabando. 

De acordo com a Justiça Federal em Mato Grosso do Sul, o processo dos dois foi desmembrado em relação aos demais réus que se encontram soltos com previsão para breve julgamento. A organização criminosa tinha o objetivo de contrabandear cigarros estrangeiros do Paraguai, bem como garantir que a carga alcançasse, no território brasileiro, seu destinatário.

Após o ingresso da carga ilegal no Brasil, o motorista seguia em um corredor logístico criado pela organização até as cidades de Iguatemi e, posteriormente, Eldorado, para dali seguir para o estado do Paraná. Antes do motorista passar por esses pontos, os batedores de pista avisavam o coordenador responsável pela região sobre a presença de forças policiais na via.

De acordo com a Polícia Federal, durante as apurações, foram apreendidos além de R$ 144 milhões em contrabando, 155 veículos usados para transportar os cigarros. 75 pessoas foram presas. A operação foi batizada de Teçá, que no idioma guarani significa “estado de atenção”, segundo a PF, por causa da rede de olheiros e batedores que as quadrilhas de cigarreiros utilizam para monitorar a polícia e fugir da fiscalização.