Delegado preso por execução de boliviano cogitava executar policiais que o investigavam
Informações obtidas pelo jornal Midiamax apontam que o delegado Fernando Araújo da Cruz, da Deaji (Delegacia de Atendimento à Infância, Juventude e do Idoso) de Corumbá foi preso pelo assassinato do boliviano Alfredo Rangel Weber, ocorrido dentro de uma ambulância e o agente Emanuel Contis por coação de testemunhas em relação ao caso. Por meio da […]
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Informações obtidas pelo jornal Midiamax apontam que o delegado Fernando Araújo da Cruz, da Deaji (Delegacia de Atendimento à Infância, Juventude e do Idoso) de Corumbá foi preso pelo assassinato do boliviano Alfredo Rangel Weber, ocorrido dentro de uma ambulância e o agente Emanuel Contis por coação de testemunhas em relação ao caso.
Por meio da quebra do sigilo telefônico, foi descoberto que Fernando e Contis tinham conhecimento de cada passo dado pelos investigadores e, inclusive, eram acobertados pelas autoridades da Bolívia consultadas pela Polícia Civil de Mato Grosso do Sul. Conforme noticiado, a esposa do delegado advogava para a principal testemunha do crime.
Em uma das mensagens, Contis ameaça explodir a delegacia de Corumbá. “Jogar uma granada na 1 DP no dia do plantão”, disse. “Cruze, CRV e Palio. Carros que […] estão usando. Alugaram uma kitinet no Maria Leite. Quando tu volta, temos que acompanhar de perto os passos deles”, responde o delegado, demonstrando estar a par das ações policiais. O investigador, por sua vez, disparou. “Vamos metralhar esses fdp”.
As investigações apuraram ainda que Contis, percebendo que a Polícia Civil havia instaurado inquérito, tentou sem sucesso cooptar dois “bons” policiais, para que eles ajudassem a acobertá-los. Fernando estava preocupado com a história, pois a cada dia a polícia sul-mato-grossense se aproximava deles. Ele, inclusive, chegou a pedir que o investigador buscasse uma pistola e munição e levasse para o Porto de Corumbá.
A suspeita é de que lá a dupla fosse definir os meios de execução. Em contrapartida, o comandante departamental de Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, Gonçalo Felipe Medina Sanchez, fingia ajudar a Polícia Civil nas investigações, contudo, relatava todos os avanços das investigações para Fernando, para que pudesse se precaver. “Acabaram de pedir informações da Inteligência de MS”, disse Medina em uma mensagem.
“A resposta é a mesma, estamos contigo irmão”, reforçou Medina, alegando que cumpria a tarefa de não ajudar. A execução cometida pelo delegado não representava nada para ele. “É um rato a menos”. Em outra conversa, Medina reafirma que a principal testemunha, orientada pela mulher de Fernando, está colaborando e não fala nada. O delegado agradeceu. “Muito obrigado, qualquer coisa, estou à disposição”.
Ligação com o tráfico
Medina, inclusive, foi preso no mês passado em uma operação na Bolívia por ligação com o narcotraficante Pedro Montenegro Paz, juntamente com outros integrantes da polícia, em um esquema de tráfico internacional de drogas que envolvia a exportação de cocaína para a Colômbia e outros países da América Latina.
Prisão
Fernando e Emmanuel foram presos inicialmente a pedido da Corregedoria da corporação, por meio de ação entre a DEH (Delegacia Especializada de Repressão a Homicídio) e do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Bancos, Assaltos e Sequestros).
Alfredo Rangel Weber foi assassinado no dia 23 de fevereiro e o suspeito é o delegado Fernando, que está preso desde o dia 29 de março. Testemunhas o identificaram como autor das facadas, que foram desferidas depois de desentendimento em um evento na fronteira. A vítima foi socorrida, mas o delegado e o investigador interceptaram a ambulância em Corumbá, oportunidade em que houve a execução a tiros.
Reconstituição
No dia 8 de abril, foi feita a reconstituição simulada do assassinato do boliviano Alfredo Rangel. A Corregedoria da Polícia Civil e a delegacia de Homicídios fizeram a simulação, mas o delegado Fernando Araújo não esteve presente. Testemunhas presenciais participaram da simulação para que todas as versões do caso fossem analisadas, para saber o momento exato em que Alfredo foi assassinado.
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