Curso para ‘elite’ da Agepen tem aluno ferido gravemente e servidores denunciam abuso
Durante a solenidade de entrega do novo presídio de segurança máxima de Campo Grande, na Gameleira, autoridades comentaram sobre o curso em andamento para formação de agentes do Cope (Comando de Operações Penitenciárias). Neste mês, um agente que passava pelo curso teria sofrido grave ferimento na cabeça e servidores denunciam abusos por parte dos ministrantes. […]
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Durante a solenidade de entrega do novo presídio de segurança máxima de Campo Grande, na Gameleira, autoridades comentaram sobre o curso em andamento para formação de agentes do Cope (Comando de Operações Penitenciárias). Neste mês, um agente que passava pelo curso teria sofrido grave ferimento na cabeça e servidores denunciam abusos por parte dos ministrantes.
Os agentes penitenciários que atuam no Cope seriam considerados como ‘elite’. Eles são treinados para atuarem em operações de intervenção rápida e escolta do sistema penitenciário, além da identificação dos meios a serem empregados na segurança e controle de presos nas unidades prisionais.
A denúncia que chegou ao Jornal Midiamax implica que haveria abuso por parte de instrutores, sendo que no curso que está em andamento e que ocorre na nova unidade prisional. Agentes que seriam ‘chegados’ dos instrutores teriam benefícios e privilégios com facilitações durante o curso.
Outro fator pontuado pelos denunciantes seria uma predileção dos instrutores e proteção às mulheres que fazem o curso do Cope. O perfil psicológico daqueles que ministram o curso é colocado em xeque pela denúncia, afirmando que eles estariam humilhando e desrespeitando os alunos.
No último curso um aluno teria sido ferido no pescoço e nas pernas com tiros. Já no curso atual, um aluno de 32 anos teria sofrido ferimentos graves. Em um dos treinamentos, o agente teria sofrido um ferimento grave na cabeça por conta de uma pancada que sofreu. O paciente deu entrada dia 24 deste mês às 18h30 grave com hematoma cerebral. Foi submetido a um procedimento cirúrgico pela neurocirurgia no mesmo dia que entrou, ficou em observação e devido melhora clínica, recebeu alta no dia 27 às 17h30.
O que os denunciantes afirmam é que a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) estaria fazendo vista grossa para tais atitudes e abusos, além da Corregedoria. Por fim, a afirmação é de que a procura para formação no Cope tem diminuído, o que implica em poucos formandos e estaria evidenciando a falta de interesse dos servidores em se qualificarem sob tal metodologia.
Em resposta ao questionamento a Agepen disse em nota que, as aulas são realizadas por instrutores capacitados e que até o momento não houve nenhuma reclamação formal ou informal a agência. Leia a nota na íntegra:
A Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) informa que foi prestada imediata assistência ao aluno do 2º Curso de Intervenção Prisional e Escolta (CIPE), que passou mal no final da tarde do último domingo após aulas de imobilização tática e defesa pessoal, cujo contato físico é realizado somente entre os alunos. Não houve nenhuma alteração durante o treinamento, sendo apresentados os sintomas já no momento de repouso do aluno, quando estava no alojamento. Uma ambulância fica à disposição do curso para pronto atendimento, bem como há um bombeiro habilitado a prestar primeiros socorros em casos necessários, conforme protocolo padrão de segurança. Ao passar mal, o aluno recebeu os primeiros socorros e foi imediatamente encaminhado para o Prontomed da Santa Casa, onde recebeu todos os procedimentos necessários, passando por uma pequena cirurgia na cabeça, devido a uma hemorragia. Ele recebeu alta na noite dessa quarta-feira e passa bem. Toda assistência e acompanhamento ao aluno e a sua família estão sendo prestados pela Agepen, por meio do seu Núcleo de Atenção Psicossocial ao Servidor, bem como pela Escola Penitenciária e pelo Serviço Social da Cassems. As aulas do CIPE obedecem ao cronograma do curso e são compatíveis com as exigências de preparação para grupos especiais, como ocorre em outras forças da Segurança Pública. As aulas são realizadas por instrutores capacitados, com utilização de equipamentos individuais de segurança necessários. Para ingressarem no curso, os alunos passam por avaliação médica, física e psicológica. Não há nenhuma reclamação formal ou informal à Agepen ou à Escola Penitenciária que ocorra “abusos” ou que as aulas não obedeçam aos protocolos exigidos para a correta preparação dos alunos. A participação no treinamento é voluntária, podendo o aluno pedir desligamento a qualquer tempo no decorrer do curso. Informamos que o caso já está sendo acompanhado pela Corregedoria-Geral da Agepen.
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