Chegou algemado e escoltado por policial militar 

O professor suspeito de estuprar e matar o menino Kauan Andrade, de 9 anos, chegou ao Fórum de por volta das 16h00 desta terça-feira (30). Ele será ouvido pela primeira vez em audiência do caso na Justiça. Até então o autor havia prestado depoimento somente durante as investigações da Polícia Civil.

O autor chegou a sala de audiências algemado e escoltado por um policial militar. Ele passou pelo corredor de cabeça baixa e não falou com os jornalistas.

Antes dele três pessoas já foram ouvidas, entre elas um dos adolescentes que teria testemunhado o crime, recluso na Unei de Naviraí e ouvido por videoconferência. Quatro testemunhas de defesa, entre familiares e amigos do suspeito estão agendados para prestar depoimento.

Relembre o caso

​Kauan desapareceu da casa da família, no Aero Rancho, no dia 25 de junho. O menino cuidava carros na região quando foi visto pela última vez. A família registrou boletim de ocorrência e as investigações foram realizadas pela Depca. Foram mais de 20 dias sem notícias até o último sábado (22), quando o caso foi esclarecido.

Durante as investigações do desaparecimento, um adolescente de 14 anos acabou apreendido por envolvimento no crime. Ele relatou à polícia que atraiu Kauan na noite do dia 25 de junho para a casa. A criança teria falecido enquanto era violentada.

Com Kauan inconsciente, não se sabe ainda se desmaiado ou já sem vida, os suspeitos colocaram o corpo do menino em saco plástico e ‘desovaram' no Córrego Anhanduí, por volta da 1 hora do dia 26 de junho.

O homem suspeito de ser pedófilo foi preso no dia 21 de julho, no começo da tarde, pouco antes do início das buscas pelo corpo do menino. De acordo com o delegado, o suspeito negou as acusações, mas com o depoimento do adolescente e os fatos já confirmados pela perícia, não há dúvidas de que a vítima era Kauan.

Sobre o local onde o corpo foi deixado, segundo a autoridade policial, o adolescente apresentou contradição. Ele afirma que entrou no carro do suspeito, com o corpo no porta-malas, mas que não desceu do veículo para jogar o menino. O criminoso teria ido sozinho às margens do córrego e permanecido por aproximadamente 30 minutos.

Durante todo o dia 22 de julho, a polícia e o Corpo de Bombeiros fizeram buscas pelo corpo de Kauan no Córrego Anhanduí. Apenas um saco de lixo com fios de cabelo foi encontrado.

Uma amiga da família de Kauan contou a equipe do Midiamax que ele era ‘fissurado' por pipas e que suspeita que isso pode ter sido usado pelo suspeito para atrair o menino. “Ele colecionava pipas, chegava a esconder a pipa em cima da casa para os irmãos não estragarem”. O homem já teve a prisão preventiva decretada por estupro de vulnerável e exploração sexual.