O 2º sargento da Polícia Militar e ex-agente de segurança velada do governador Reinaldo Azambuja (PSDB), , preso há mais de 70 dias durante operação de combate à Máfia dos Cigarreiros em Mato Grosso do Sul, solicitou que um perito indicado por ele faça a perícia nos celulares destruídos durante a Operação Oiketicus. O pedido foi negado pelo Ministério Público (MP) nesta sexta-feira (10).

Em despacho apresentado, o MP apresentou quesitos para serem questionados durante a nova perícia a ser feita nos aparelhos.

O Ministério Público alegou imparcialidade na eventual designação do assistente de perito e, para que não haja afronta a este princípio, pediu “ a fim de não causar afronta ao Princípio de Imparcialidade, que o assistente a ser nomeado seja de confiança do Juízo, e, não de uma das partes como requerido pela defesa”.

Ricardo acusa a esposa de ter quebrado os aparelhos celulares durante a madrugada anterior à Operação Oiketicus, no dia 16 de maio. Segundo o depoimento da mulher do militar, os celulares teriam sido quebrados durante uma discussão, e por motivos particulares do casal.

A defesa ainda havia alegado que a suspeita da quebra dos aparelhos no dia da deflagração da operação surgiu porque os celulares danificados “estariam muito quentes”, e para afastar dúvidas foi feito o pedido de perícia por um assistente técnico “na busca da verdade”.

Quebra de celulares e prisão

O ex-agente de segurança velada do governador Reinaldo Azambuja (PSDB) teria, segundo relatório do MP-MS e depoimento prestado na polícia por testemunhas, enganado o promotor para se trancar no banheiro de casa durante o cumprimento do mandado de busca e apreensão e quebrar os dois aparelhos.

O sargento conseguiu eliminar provas ao destruir dois aparelhos que deviam ser apreendidos na operação. Pelo menos um dos celulares teria a linha que o sargento usaria para conversar com Reinaldo Azambuja (PSDB), segundo policiais que conhecem a rotina da segurança pessoal do governador.

Segundo os membros do MP-MS (Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul), perícia no que restou dos celulares apontou que provas que poderiam estar nos aparelhos foram destruídas, já que as placas e processadores foram totalmente danificados.

Duas fases da operação

A Oiketicus teve mais uma fase no dia 13 de junho, quando oito policiais militares, entre eles um tenente da reserva e sete praças, foram presos.

Cinco praças foram presos em cidades do interior do Estado e três na Capital. Todos foram levados para a Corregedoria da PM, onde passaram por procedimentos administrativos e, em seguida, foram levados para o Presídio Militar de . Ao todo 29 policiais militares foram presos durante a deflagração da operação.

*Matéria editada às 18h20 do dia 11 de agosto para correção de informações.