Os cinco acusados de terem envolvimento na morte de Rudnei da Silva Rocha, 22 anos, conhecido como ‘Babidi’, encontrado em 2017, no Indubrasil, negaram envolvimento no crime ao contrário do que indicava as investigações feitas pela DEH (Delegacia Especializada de Repressão Aos Crimes de Homicídios) da Capital. Na audiência realizada nesta sexta-feira (8), no Fórum de , os suspeitos disseram não pertencer ao grupo criminoso PCC e que foram torturados por policiais para assumir o crime.

Dos oito suspeitos envolvidos na morte de Babidi, cinco foram ouvidos sendo eles Valdeir Lourenço, 44 anos, Rodrigo Roberto Rodrigues, 18 anos, Roberto Railson Maia da Silva, 21 anos, Cristina Gomes Nogueira rodrigues, 31 anos, Maike Davison Medeiros Lima, 19 anos.

Durante a audiência, os réus negaram ter envolvimento com o PCC e com o crime, dizendo que não sabiam quem era o mandante da ação. Ainda disseram que foram torturados para assumir a autoria do crime que era investigado pela DEH. Os acusados disseram que foram agredidos por policiais e que os depoimentos sobre a morte do jovem já estavam prontos.

As investigações indicaram que o jovem de 22 anos pertencia ao PCC e que foi ‘julgado’ pelo grupo em função de uma suposta aproximação com a facção rival, Comando Vermelho.

Diante das alegações dos cinco acusados, o juiz, Carlos Alberto Garcete, determinou a realização de uma nova audiência, marcada para a próxima sexta-feira (15), para ouvir o delegado responsável pela DEH, Márcio Obara, sobre a suposta tortura que os réus teriam sofrido.

O juiz estipulou ainda um prazo de cinco dias para que os advogados de defesa dos acusados apontem os nomes dos policiais que teriam cometido as agressões e para entender o motivo de não ter havido denúncia sobre os fatos. “Chegar e falar que foi torturado é fácil, então quero que indiquem quem são os policiais”, disse Garcete. Segundo o magistrado, a intenção é de “tomar as providências necessárias”.

Apontada como a responsável por conduzir o ‘julgamento’ que terminou na morte de ‘Babidi’, Cristiane negou que fosse membro do PCC, porém confessou que era simpatizante e estava se aproximando do grupo criminoso. Segundo ela, o convite para entrar na facção teria vindo de um desconhecido que a abordou em um baile funk meses antes do crime.

Ao juiz, a acusada afirmou que teria recebido ligação de um desconhecido pedindo para que ela conseguisse uma casa para que Rudnei participasse de uma conversa. “Não sabia que ia dar no que deu, só fiz o favor porque não vi problema”, contou.

Roberto Railson, que segundo investigações seria o responsável por decapitar a vítima, também negou participação na morte do jovem e alegou que não sabia o motivo de estar implicado no crime. Assim como Cristiane, ele afirmou que sofreu tortura na delegacia. “Fui obrigado a falar, assinei um papel que não sabia o que era e não me deixaram ler”, disse.

Acusado de ter amarrado e segurado Rudnei no momento em que foi morto, Rodrigo Roberto também afirmou não ter fundamento as acusações pelas quais responde. “Eu cheguei na delegacia e me bateram, me levaram para uma sala e me deram tapas, colocaram saco na minha cabeça. Tive que assumir o que não fiz pra não apanhar mais”, relatou em depoimento.

Entre os acusados de participação da morte do jovem, está uma adolescente que responde por ato infracional e que não compareceu à audiência desta sexta. Outra pessoa indicada pelas investigações é Ayumi Chaves da Silva, 21 anos, que está foragida. Ela está grávida e utilizava a . Já Lucas Carmona de Souza, 20 anos, já foi ouvido em audiência anterior.

O assassinato

O corpo de Rudnei foi encontrado em uma casa enrolado em um cobertor com a cabeça ao lado, no . A vítima foi levada até a residência, onde passou pelo julgamento.

Ao ser ‘condenado’ pelo grupo, o jovem foi levado até o banheiro, amarrado e deitado no chão onde foi assassinado. Uma adolescente de 17 anos também teria participado da execução, que teria acontecido por causa de uma guerra entre as facções do PCC e CV (Comando Vermelho).