Mato Grosso do Sul já registrou 729 casos de estupro nos sete primeiros meses do ano

Nos sete primeiros meses do ano, Mato Grosso do Sul já registrou 729 casos de estupro. No mesmo período do ano passado foram 818 casos. Só em Campo Grande foram 230 casos de estupros em 2018, conforme dados da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), contra 266 registros no mesmo período do […]

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Nos sete primeiros meses do ano, Mato Grosso do Sul já registrou 729 casos de estupro. No mesmo período do ano passado foram 818 casos. Só em Campo Grande foram 230 casos de estupros em 2018, conforme dados da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), contra 266 registros no mesmo período do ano passado.

No ano passado, o mês de março foi o que mais teve casos, 52 registros em Campo Grande. Em maio do ano passado foram 51 casos, seguido por junho com 49. Já neste ano, os meses que mais registraram casos de estupro foram: março, com 52 casos, fevereiro com 40 casos, e junho com 41 casos. No ano passado apenas um caso foi registrado no mês de julho, enquanto que neste ano, já foram dois.

Apesar de uma queda de 10% nos casos de estupro em Mato Grosso do Sul, a socióloga e também ativista feminista Natália Ziolkowski, diz que não há o que se comemorar com relação a essa queda, já que alguns casos não chegam a ser registrados. “Quando se trabalha com dados oficiais, são mulheres que buscaram um órgão de segurança pública para fazer denúncias, mas existem subnotificações que nesses casos não são contabilizados”, relata e complementa que isso ocorre na maioria das vezes pelo fato da vítima sentir medo ou como serão vistas pela sociedade.

Muitas vezes isso acontece por medo, por vergonha pela “cultura do estupro”, contexto no qual o estupro é espalhado e normalizado devido as atitudes sociais sobre gênero e sexualidade. “A cultura do estupro evidencia o abuso, a objetificação do corpo. O fato da mulher sair da condição de vítima, a preocupação do que os outros vão pensar, isso falando teoricamente. É algo que sempre foi muito evidenciado na nossa cultura, acontece uma re-vitimização, ela foi abusada passa pela condição de vítima e a sociedade vai colocar a culpa nela, é um fator de gênero muito explícito na minha opinião”, diz Natália.

Caso mais recente

No domingo (1), uma mulher teve sua casa invadida e foi estuprada no bairro Piratininga, em Campo Grande, após conseguir fugir, a mulher correu até a delegacia, quando chegou nua para pedir ajuda.

Segundo denúncia, a mulher dormia quando o suspeito entrou em sua casa, a ameaçou com uma faca e a estuprou. Os policiais da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Piratininga a encaminharam para a DEAM (Delegacia de Atendimento à Mulher), na Casa da Mulher Brasileira para prestar depoimento.

A vítima foi levada ao IMOL (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) para exame de corpo de delito e logo depois foi liberada.

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