O caso mais recente foi do pedreiro Lucas, espancado

As tabacarias viraram moda em Campo Grande, frequentadas em sua maioria por jovens que usam o lugar como ponto de encontro para fumar e beber, esses estabelecimentos comerciais também têm sido palco de brigas, agressões e muitas vezes viram casos de polícia.

O caso mais recente foi do pedreiro Lucas dos Santos Brito, 23 anos, espancado na madrugada de domingo (25) em uma Tabacaria no Jardim Batistão. Ele foi vítima de agressões enquanto esperava por amigos no local que fica na Rua Pará, no bairro Jardim Batistão, região sul da Capital. Lucas está em coma e seu estado de saúde é considerado grave.

Em 30 dias, esse é o segundo caso policial envolvendo esse tipo de comércio, no bairro Cabreúva, uma cobrança de dívida no dia 26 de janeiro terminou em ameaças e prisão por porte ilegal de arma de fogo. A vítima estava na tabacaria ingerindo bebidas alcóolicas na companhia de um amigo e de uma mulher, momento em que dois homens chegaram para fazer a cobrança de R$ 8 mil, que seriam da venda de um carro ao rapaz. Ele foi ameaçado de morte e os autores queriam que a vítima entregasse seu carro como forma de pagamento.

Em janeiro, dois rapazes que estavam em frente a uma tabacaria, no Bairro Coophavila, em Campo Grande, foram feridos a tiros por dois homens em um veículo Volkswagem Gol. O dono da tabacaria quando procurado pela polícia afirmou que havia acontecido um desentendimento e os autores, que estavam em um carro, de cor prata, efetuaram disparos contra dois rapazes que estavam em frente ao estabelecimento por volta da 1 hora da madrugada.

Problemas

O delegado titular da 2ª delegacia de Polícia de Campo Grande, delegado Sérgio Luiz Duarte diz que não como problema em si o local, mas a aglomeração de pessoas aliado ao consumo de bebidas alcoólicas. “Antes as conveniências tinham muito esse tipo de problemas, acredito que as autoridades deverão exigir novos alvarás de funcionamento exigindo segurança e uma série de medidas e restrições de horários de funcionamento, como aconteceu com as conveniências”.

Comandante do 1º Batalhão da Polícia Militar, tenente-coronel Mario Angelo Ajala, diz que o maior problema está na perturbação de sossego, já que em sua maioria, funcionam no período da noite. “Tem muitos jovens que marcam encontros nesses locais para se agredirem”, conta.

Outro lado

Proprietário de uma tabacaria há dois anos, Guilherme Tonel Maroso, 31 anos, diz nunca presenciar uma briga. “Eu me imponho quando vejo eu os clientes estão começando a se alterar. A maioria deles vem para usufruir do produto, bebem e vão embora”, conta.

Frequentadores deixam fumaça de lado e tabacarias viram 'lounge' de agressões

Vizinhos

Quem mora perto reclama, como é o caso do estabelecimento onde o rapaz acabou sendo espancado no último final de semana. Vizinhos do local relatam que as brigas são recorrentes e que já presenciaram, inclusive, tiroteios.

Vizinho do estabelecimento que não quis se identificar, contou que a tabacaria funciona há aproximadamente sete meses e reclamam do barulho. “Eles abrem por volta das 18 horas e o barulho é muito alto, as vezes ficam até às 6 horas da manhã com som alto”.

Um comerciante que preferiu manter sua identidade preservada disse que uso de entorpecentes, brigas e tiroteios são constantes ali. “As brigas são constantes aqui, essa não foi a primeira, em alguns casos saem até tiros”, relata.

A reportagem do Jornal Midiamax tentou entrar em contato com o proprietário da tabacaria, mas ele não atendeu as ligações.