Depoimento de acusado foi remarcado para dia 16, junto com o de outras testemunhas

Em depoimento marcado por forte emoção, Patrick Fontoura, irmão de Mayara Fontoura Hosback, de 18 anos, assassinada dia 16 de setembro, contou que Roberson Batista da Silva, de 33 anos, acusado pelo crime, ameaçou não só a vítima, mas também sua família.

Ao perceber que teria que depôr em frente ao réu, Patrick chorou e disse que não ficaria na mesma sala que o homem que matou sua irmã. A mando do juiz que conduziu a segunda audiência do caso, Roberson foi retirado da sala para que Patrick pudesse falar.

Muito emocionado, o rapaz chorou ao relatar o sofrimento da irmã, que era constantemente ameaçada de morte pelo réu. Segundo seu relato, Roberson dizia que jogaria ácido no rosto da moça e que cortaria seu cabelo para deixá-la desfigurada. 

O policial militar que atendeu a ocorrência no dia do crime e encontrou o corpo de Mayara também foi ouvido, além de duas testemunhas de defesa.

Por falta de tempo, o depoimento do réu foi transferido para o dia 16 de abril. A Justiça espera, ainda, ouvir mais cinco testemunhas do caso.

A morte de Mayara ganhou repercussão não só pela crueldade, mas também pelo fato do autor ter histórico de repetidos crimes de violência doméstica, incluindo tentativa de homicídio, recebeu a liberdade provisória do dia 14 de setembro. Dois dias depois de ser libertado, fez mais uma vítima. 

Feminicídio

​Mayara Fontoura de 18 anos foi assassinada na madrugada de 16 de setembro na casa onde morava no Bairro Universitário, em Campo Grande.O suspeito teria invadido a casa da jovem para matá-la, durante a madrugada.

A jovem foi encontrada deitada na cama, enrolada apenas a um edredom, já sem vida. Vestígios de sangue foram encontrados pela polícia no quarto e o banheiro da casa e a arma do crime, uma tesoura, foi deixada pelo autor ao lado do corpo.

Mayara vivia com o autor do crime desde 2015. Com mais de dez passagens envolvendo apenas casos de violência doméstica, o suspeito acabou preso em abril deste ano em cumprimento a dois mandados de prisão, uma tentativa de homicídio e uma lesão corporal, ambos os crimes contra a ex-mulher.

O homem foi condenado pela lesão corporal a três meses de reclusão, em regime aberto e a três anos e sete meses pela tentativa de homicídio. Foi preso e fugiu do sistema prisional de Campo Grande pelo menos três vezes. Ainda assim, recebeu a liberdade provisória do dia 14 de setembro, véspera do assassinato de Mayara, por ter cumprido parte das penas e não ter “registro de falta grave em 2016”.