Após uma testemunha mudar sua versão do depoimento, Cleiton Roberto da Silva Velasques voltou a ser julgado nesta sexta-feira (17) pelo assassinato de Fábio Mosciaro da Silva. O crime ocorreu em junho de 2006 no bairro Danúbio Azul, em Campo Grande. De acordo com a denúncia, a vítima estava em uma festa junina com algumas amigas quando foi atingido por dois tiros na região do peito.

O réu já havia sido condenado no ano de 2014 pelo crime, na época ele pegou 14 anos de prisão, porém uma das testemunhas no caso decidiu mudar o depoimento, alegando que havia mentido tanto na delegacia quanto em juízo quando disse ter visto que o réu havia atirado em Fábio. Nos dois primeiros depoimentos (na delegacia e no júri), a testemunha disse que o autor do crime seria Cleiton, só dois anos após ele ser condenado é que a testemunha procurou a Defensoria Pública para dizer que havia mentido em seu depoimento dizendo que não havia sido ele quem atirou.

A defesa do acusado pediu uma revisão criminal e o Tribunal achou melhor submetê-lo a júri novamente. “É raro isso acontecer (testemunha mudar versão), mas acontece. Agora essa testemunha pode ser indiciada por falso testemunho e a pena pode ser agravada por esse depoimento ter sido dado em juízo”, diz o juiz.

De acordo com a defesa do réu que ficou a cargo dos advogados Fernando Ortega e Giusepe Favieri, foram feitos dois pedidos de revisão criminal. “Em algum momento essa testemunha ocular mentiu. Em tese a testemunha fez um falso testemunho e agora cabe ao MP (Ministério Público) decidir o que será feito”, afirma.

O crime

No dia 18 de junho de 2006, no bairro Danúbio Azul, em Campo Grande, Fábio estava em uma festa junina na companhia de algumas amigas. Em determinado momento o réu apareceu e disse que queria resolver uma “treta” com o autor e efetuou os disparos que atingiram o peito da vítima. Ele foi preso em 2 de setembro de 2013 e julgado em 23 de julho de 2014.

Novo Júri

Durante seu depoimento, o réu contou que chegou na festa com outro amigo e avistou sua ex-cunhada que estava com a vítima. Ele se aproximou e nesse momento começou uma briga generalizada. “Uma pessoa que eu não conheço chegou perto de mim e me deu um soco, eu caí e quando estava tentando me levantar ouvi os disparos”, conta.

Ele disse que depois que ouviu os disparos foi para casa, cerca de 10 minutos depois o amigo que estava com ele apareceu e disse que tinham atirado no Fábio, mas não sabiam se ele tinha morrido. “Fiquei com medo dos amigos do Fabio, pois o bairro é perigoso me viram no local então resolvi ir para Camapuã”, alega.