Jesiel era considerado uma espécie de lenda na fronteira

O detento Jesiel Penha, 37 anos, conhecido no mundo do crime como “Chupa-cabra”, foi encontrado morto enforcado na cela correcional, no Presídio de Segurança Máxima, nesta quarta-feira (3). Preso pela primeira vez em 2011, ele estava evadido da Gameleira desde 2012 e voltou a ser preso no último dia 22 de dezembro de 2017.

A Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) abriu um procedimento administrativo para apurar as circunstâncias da morte de Jesiel.

Acusado de tentativa de homicídio, tráfico de drogas e de comandar roubos a caminhões – pelo falso frete -, Jesiel era considerado uma espécie de lenda na fronteira. À época, os grupos armados responsáveis pelos roubos agiam na região entre Coronel Sapucaia, Paranhos e Sete Quedas. O grupo atraia caminhoneiros de várias regiões do país, principalmente do estado do Paraná com pretexto de realizar fretes.

Primeira prisão

Em 2011, após dois meses de investigações intensificadas, o serviço de inteligência do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul e do Departamento de Operações de Fronteira (DOF) com sede em Dourados, prendeu Jesiel Penha, na época com 29 anos, o Chupa-cabras, um dos criminosos mais procurados da fronteira, no sul do Estado, em Mato Grosso do Sul.

Após 5 anos, ‘Chupa-cabra’ volta a ser preso e é encontrado enforcado na Máxima

Jesiel estava em um salão de beleza de Coronel Sapucaia, do bairro Jardim Ipê, onde havia cortado e pretendia modificar a cor dos cabelos, segundo a polícia, para disfarçar.

Três equipes do Departamento, com apoio das polícias, Civil e Militar de Coronel Sapucaia, realizaram um cerco ao local por volta das 18h30 e se iniciou uma negociação que durou até as 21h30, quando o acusado, que estava escondido no forro do estabelecimento, já estava na presença de um advogado no local, decidiu se entregar sem maiores resistências.

Jesiel foi levado para a Delegacia de Polícia Civil de Amambai e posteriormente encaminhado para o Epam (Estabelecimento Penal de Amambai) onde passou a noite. Uma equipe do Gaeco se deslocou de Campo Grande, Capital do Estado e chegou durante a madrugada em Amambai para acompanhar o caso.

Para a polícia, apesar de estar entre os nomes mais procurados da fronteira nos últimos anos, Jesiel Penha, que é brasileiro e natural de Coronel Sapucaia, não seria o chefe, mas sim uma espécie de capataz que coordenava grupos durante ações na região e sua prisão foi de fundamental importância para a continuidade das investigações.

Foto: Capitan Bado