VÍDEO: ‘Ela falava ao celular’, afirma uma das testemunhas de morte de idosa de 91 anos
No bairro ninguém acredita que mulher passou mal
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No bairro ninguém acredita que mulher passou mal
Uma das principais testemunhas do atropelamento e morte da idosa Verônica Ricaldes de 91 anos na tarde desta quarta-feira (13) prestou depoimento à Polícia Civil e reafirmou ao Jornal Midiamax que a condutora do Uno que atingiu a vítima falava ao celular no momento da colisão. Na região, moradores afirmam que a motorista tentou fugir e não acreditam na versão do mal súbito.
A dona de casa Adenir de Oliveira de 45 anos é a principal testemunha da morte da idosa. Foi ela quem desceu no coletivo juntamente com a vítima e todo o acidente.
“Ela subiu em cima do meio e fio e acertou em cheio, na hora eu só falei: Morreu. Ela estava no carro branco falando ao celular. Eu até pensei que ela fosse parar para ajudar, mas deu uma freada e em seguida parece que queria fugir”, relata.
Retirada do carro
Adenir ressaltou à reportagem o momento em que o procurador de Justiça, marido da motorista do Uno, pediu para que um PM aposentado retirasse o carro do local por medo de depredação.
“Acredito que foi para esconder o crime. Depois ele veio falar com a gente dizendo que a esposa tinha sofrido um distúrbio. Eu me irritei e disse: Moço, um distúrbio? Um distúrbio não deixa ninguém no celular. Se fosse distúrbio ela tinha entrado muro adentro, batido na árvore, em poste”, finalizou.
No bairro ninguém acredita em mal súbido
Amigos da vítima e moradores que presenciaram o acidente não acreditam que a motorista tenha passado mal. Para a tecnica de enfermagem Janaína Abreus foi quem prestou os primeiros atendimentos à vítima.
Com ajuda de uma prima que é enfermeira, Janaína constatou que a idosa não apresentava os sinais vitais e isolou o local com o uso de um papelão. A moradora da região não acredita que a condutora tenha sofrido o mal súbito, pois após tentar fugir teria entrado correndo em uma farmácia.
“Como alguém que está passando mal tenta fugir, liga para o marido, entra correndo em uma farmácia e só recebe atendimento quase 2 horas depois do ‘tal’ mal súbito”, ressaltou a técnica de enfermagem.
Ana Lúcia Ricaldes de 33 anos, morava com a avó no Bairro Tiradentes. Segundo ela, a família está inconformada com o desrespeito do procurador após o acidente e espera pela perícia.
Daiane Ricaldes de 35 anos, outra neta de Verônica, ressalta a sequência de erros praticadas na tarde de ontem. “Está tudo errado, desde o atropelamento até o abuso de poder daquele procurador. É aquela história, quem é pobre pode menos”, disse.
Procurador será investigado
A conduta do procurador da justiça Gilberto Robalinho da Silva, que supostamente mandou retirar o carro da esposa da cena de um acidente, será investigada pela corregedoria do MPE-MS (Ministério Público Estadual). O fato revoltou testemunhas e familiares, que negam tentativa de linchamento ou depredação do veículo.
Conforme a assessoria de imprensa, o procurador-geral Paulo César dos Passos abriu investigação administração e encaminhou os fatos à corregedoria, que deve apurar a conduta do servidor.
O carro foi levado após o acidente para a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário), do Centro, e só depois à 4ª Delegacia de Polícia Civil, onde as testemunhas foram ouvidas pela delegada Célia Maria Bezerra.
Vale ressaltar que somente a Procuradoria-Geral de Justiça pode investigar o procurador e apurar se houve ordem aos policiais militares para retirarem o veículo de sua esposa do local. Perante a justiça, ele não pode ser investigado pela Polícia Civil por ter foro privilegiado, mas os policiais devem responder por fraude processual.
O acidente
Verônica Fernandes, de 91 anos, foi atropelada e morta na tarde desta quarta-feira (13), na Avenida José Nogueira Vieira, no bairro Tiradentes. Ela foi atingida por um veículo Fiat Uno, guiado por Cirlene Robalinho, esposa do procurador Gilberto Robalinho da Silva.
Equipe do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi acionada, mas quando os socorristas chegaram a idosa já estava morta.
Segundo a delegada Célia Maria, responsável pelo caso, em depoimento, Cirlene Robalinho garantiu que perdeu o controle da direção do automóvel porque teria sofrido um ‘mal súbito’. “Ela disse que passou mal, tanto que depois foi socorrida por equipe médica. Agora, vamos pedir uma cópia do prontuário dela para ter uma noção do que realmente aconteceu”, revela.
No entanto, no local do acidente testemunhas afirmaram que a condutora teria sido vista manuseando um celular momentos antes da batida que causou a morte. A delegada disse que ouviu rumores sobre uso de telefone celular no momento do atropelamento, mas até o momento nada foi confirmado.
Parentes de Verônica e moradores da região contaram ao Jornal Midiamax que a idosa era conhecida na região e tinha costume de andar pelas ruas vendendo cocada e pamonha.
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