Militares procuram o menino desde sexta-feira 

Depois de pouco mais de uma hora e dois quilômetros percorridos, os militares do Corpo de Bombeiros fizeram uma pausa nas buscas pelo corpo de Kauan Andrade Soares dos Santos, de 9 anos. O motivo seria a falta de informações concretas da região onde o menino foi jogado depois de ser estuprado e morto na madrugada do dia 26 de junho.

Na manhã desta segunda-feira (24), os militares voltaram ao cruzamento entre as avenidas Thirson de Almeida e Campestre, na altura do bairro Choophavila II, e percorreram cerca de 2 quilômetros nas margens do córrego, mas nada foi encontrado. As equipes então fizeram uma pausa nas buscas e agora esperam novas coordenadas.

Segundo informações, outro fator que dificulta as buscas é o tempo, já que Kauan teria sido jogado no córrego um mês. Um oficial do Corpo de Bombeiros está na Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) para junto com as equipes de investigação conseguirem novas informações de onde o corpo de menino teria sido deixado pelo assassino, um revendedor de celulares de 38 anos.

Um adolescente de 14 anos, que teria atraído Kauan até a casa do suspeito e ajudado a segurá-lo durante o estupro, não soube explicar a polícia o local exato onde o corpo foi abandonado. Ele afirmou que entrou no carro do pedófilo, com Kauan no porta-malas, mas que não desceu do veículo para jogar o corpo. O criminoso teria ido sozinho às margens do córrego e permanecido por aproximadamente 30 minutos.

Desde sexta-feira (21), quando o homem suspeito de estuprar e matar Kauan foi preso por equipes da Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), os militares iniciaram as buscas na região. No sábado um saco de lixo com fios de cabelo foi encontrado.

O caso

Kauan desapareceu da casa da família, no Aero Rancho, no dia 25 de junho. O menino cuidava carros na região quando foi visto pela última vez. A família registrou boletim de ocorrência e as investigações foram realizadas pela Depca. Foram mais de 20 dias sem notícias até o último sábado (22), quando o caso foi esclarecido.

Durante as investigações do desaparecimento, um adolescente de 14 anos acabou apreendido por envolvimento no crime. Ele relatou à polícia que atraiu Kauan na noite do dia 25 de junho para a casa do pedófilo. A criança teria falecido enquanto era violentada.Sem novas informações, bombeiros pausam buscas por corpo de Kauan

Com Kauan inconsciente, não se sabe ainda se desmaiado ou já sem vida, os suspeitos colocaram o corpo do menino em saco plástico e ‘desovaram’ no Córrego Anhanduí, por volta da 1 hora do dia 26 de junho.

De acordo com o delegado Paulo Sérgio Lauretto, o pedófilo nega as acusações, mas com o depoimento do adolescente e os fatos já confirmados pela perícia, não há dúvidas que a vítima era Kauan.

Na casa do revendedor de celulares, a polícia encontrou sangue na cama, no chão e no porta-malas do carro do pedófilo e ainda material pornográfico no computado. Dois dos filmes apreendidos mostravam cenas com o próprio suspeito.

Na noite deste domingo (23) populares revoltadas com o crime incendiaram a casa em que o suspeito de matar o menino morava. O imóvel estava com as janelas quebradas, a porta arrombada, mas sem grandes danos causados pelo princípio de incêndio, que logo foi controlado pelos militares.

Autônomo em revenda de celulares, o suspeito se apresentava como professor para ganhar a confiança das vítimas e as levar para sua casa. Na manhã desta segunda-feira (24), vizinhos lembraram que o local era sempre movimentado e ‘vivia cheio de crianças e adolescente’, mas não o suficiente para despertar a desconfiança dos moradores.