Sargento adia apresentação e diz que matou tenente ‘sem saber’ que era colega de farda

Suspeito deve ser ouvido nesta tarde 

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Suspeito deve ser ouvido nesta tarde 

A defesa do sargento César Diniz da Silva, de 43 anos, afirmou na manhã desta segunda-feira (3) que o cliente não sabia que João Miguel Além Rocha, de 50 anos, morto a tiros por ele, era oficial da reserva da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul. O advogado Sebastião Francisco dos Santos Júnior afirmou ainda que o militar está “profundamente abalado com a situação”.

O defensor conversou com a imprensa em frente a 2ª Delegacia de Polícia Civil de Campo Grande, onde na parte da tarde deve apresentar o cliente. Segundo Sebastião Francisco, o sargento não sabia que a vítima se tratava de um colega de farda e que ficou abalado quando soube da situação. “Em momento nenhum ele se apresentou como policial militar”, contou.

Ele explicou ainda que Diniz está afastado da Polícia Militar por um problema de saúde. O sargento estaria com o tendão do pé rompido e por conta disso não estava exercendo sua função no 9º Batalhão da Polícia Militar. Por conta do problema, o militar estava com uma cirurgia marcada para o dia 21 deste mês.

Sem entrar em detalhes sobre caso, que segundo testemunhas foi motivado pela negociação de um veículo, um Nissan Sentra, o advogado alegou que foi justamente por conta das preocupações envolvendo a cirurgia que Diniz teria se exaltado na discussão com o tenente Rocha. “Ele estava preocupado, foi agredido e acabou revidando com os tiros”, afirmou.

Nesta manhã, o advogado foi a delegacia para acertar os detalhes da apresentação com o delegado responsável pelas investigações, Weber Luciano de Medeiros. O depoimento agora deve ser realizado de tarde. “Ele vai passar todas as informações que precisar, vai responder todas as perguntas e vai responder pelo crime conforme a legislação. Meu cliente mostra todo o interesse em colaborar com a justiça e resolver o caso o mais rápido possível”.

Entenda o crimeSargento adia apresentação e diz que matou tenente 'sem saber' que era colega de farda

Diniz é apontado como o responsável pelos disparos que mataram o tenente aposentado João Miguel Além Rocha e feriram um menino de 18 anos, na tarde de sábado, em frente a uma oficina mecânica do Nova Lima.

Segundo o boletim de ocorrência tudo começou com a negociação de um Nissan Sentra que pertencia a João Miguel. O policial aposentado teria trocado o veículo por um terreno com um conhecido, mas o comprador não teria feito o pagamento. Em vez disso, o homem teria revendido o carro em agosto do ano passado para o sargento Diniz.

Para a polícia, parentes do tenente afirmaram que a algum tempo ele tentava recuperar o veículo e no sábado ligou avisando que estava indo buscá-lo. Na oficina, o sargento teria impedido ele de levar o Sentra, os dois teriam discutido e o militar aposentado teria dado um tapa na cara de Diniz.

Foi nesse momento que os disparos teriam acontecido. Testemunhas contaram que após a agressão os dois se afastaram com as mãos na cintura, sacaram as armas e trocaram tiros. O tenente morreu em frente ao estabelecimento e quatro perfurações foram encontradas em seu corpo, uma delas na nuca.

Além de João Miguel, um menino de 18 anos também foi atingido pelos disparos. Em depoimento, o irmão do rapaz contou que eles passavam pela rua quando viram três homens discutindo e resolveram parar para gravar a confusão. Os tiros então começaram e os meninos fugiram, mas a vítima acabou ferida por um dos disparos.

A testemunha contou ainda que era o sargento Diniz que estava de frente para eles e por isso agredida que o tiro que atingiu o irmão saiu da arma dele. Um amigo de João Miguel, que estava com ele no momento, afirmou que oficial da reserva correu para dentro da oficina para de abrigar dos tiros, foi perseguido pelo suspeito e ainda agredido com um chute.

O revólver que estava com a vítima foi apreendido e segundo a polícia possuía cinco munições deflagradas. Na carteira da vítima os investigadores ainda encontraram um recibo de compra do Nissan Sentra em nome de João Miguel datado no mês de junho do ano passado. Além disso, a polícia conta com as imagens feitas pelos irmãos para esclarecer os fatos. 

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