O caso é investigado pela Deaij 

Ao receber a Polícia Militar, na tarde desta quarta-feira (15), a adolescente de 17 anos, suspeita de cometer aborto, afirmou que passou dias sem comer e tomou chás abortivos para matar o feto. Segundo familiares do pai do bebê, a menina estava grávida de 6 meses e teria sido obrigada pela própria mãe a abordar, com o uso de medicamentos adquiridos no Paraguai.

De acordo com a tenente Fabrícia, da 5ª CIPM (Companhia Independente da Polícia Militar), a jovem contou a que a vontade de abortar partiu dela. Para isso, ela ficou dias sem comer, tomando apenas um chá abortivo. Depois, para esconder o feto, o enterrou no quintal da casa em que mora no Bairro Guanandi.

Arrependida, ela teria entrado em contato com o pai da criança nesta quarta-feira (15) contado o que aconteceu. Inconformados, os familiares do rapaz acionaram a polícia, que foi até o local nesta tarde. O bebê, que seria uma menina, foi desenterrado e o corpo levado para o Imol (Instituto Médico e Odontológico Legal).

 A jovem foi levada para o hospital, onde passa por exames. Segundo a tenente, a menina está fisicamente bem, mas muito abalada e arrependida do aborto. Depois de receber atendimento médico, ela prestará depoimento na Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude), delegacia responsável por investigar o caso.

Outro lado

Mesmo com a jovem inicialmente assumindo a responsabilidade do aborto, familiares do namorado dela, de 26 anos, afirmaram a equipe do Jornal Midiamax que a menina foi induzida pela própria mãe a tomar medicamentos abortivos. Na versão deles, um enfermeiro ainda teria sido contratado pela mulher para retirar o feto.

Conforme a família do pai da criança, todos apoiavam a gravidez, menos a mãe da jovem. Ela teria chegado a enviar mensagens para o rapaz afirmando que forçaria a filha a abortar. A todo o momento, os parentes do jovem afirmaram que a adolescente estava muito feliz, que já escolhia o nome para a filha e por isso “nunca faria uma coisa dessas”.

Para o namorado a jovem teria contado que o procedimento caseiro aconteceu nesta terça-feira. “Ela conseguiu contato com o namorado hoje, no início da tarde, e contou que mãe teria ido até o Paraguai para comprar o remédio e obrigado a tomar”, disse um dos familiares, que preferiu não se identificar.

Com a morte do feto, a mãe da jovem teria recebido ajuda de um suposto enfermeiro para retirar a criança e enterrar no quintal da casa da filha. Ao descobrirem o caso, os familiares do pai do bebê não aceitaram a decisão e acionaram a polícia.

Inicialmente, os policiais só encontraram a jovem na casa, onde segundo vizinhos ela mora sozinha, mais tarde a mãe dela chegou ao local. Testemunhas contaram ainda que foi a mãe da menina quem indicou onde o feto estava enterrado para a polícia. “Ela é um amor, se aconteceu isso foi à mãe dela que obrigou”, relatou uma das vizinhas, que também preferiu não se identificar.

Para a reportagem, o delegado Bruno Henrique Urban afirmou que o caso está sendo apurado e que todos os envolvidos serão ouvidos.