Professor de dança é indiciado por estupro e vítimas chegam a seis
Suspeito deve ser ouvido nos próximos dias
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Suspeito deve ser ouvido nos próximos dias
O professor e dono de uma companhia de dança de Campo Grande suspeito de abusar sexualmente de bailarinas e até da ex-cunhada adolescente já foi indiciado, no último dia 1º de setembro, por estupro contra uma ex-aluna do balé, de apenas 17 anos. O crime teria ocorrido em outubro de 2015 e foi registrado em setembro de 2016. O suspeito deve ser ouvido nos próximos dias e o número de vítimas já chega a seis.
Na última sexta-feira (29), uma ex-aluna do suspeito usou as redes sociais para relatar estupros praticados pelo dançarino sob ameaça de ser excluída da equipe de dança de um programa de TV regional do qual ele é coreógrafo. A publicação viralizou e diante da polêmica o suspeito chegou a registrar um boletim de ocorrência contra a jovem por calúnia.
Porém, antes disso, duas ex-alunas de 16 anos, na época dos crimes, já haviam registrado boletins de ocorrência contra o coreógrafo, sendo a primeira em setembro de 2016 e a segunda em 2017. A publicação no Facebook encorajou outras vítimas e o número agora chega seis.
Nesta terça-feira (3), uma ex-cunhada do homem e outras duas bailarinas da companhia de dança, relataram ao Jornal Midiamax, os abusos que teriam sofrido enquanto faziam parte do balé. A ex-cunhada chegou a morar por três anos com o professor e a irmã, na Capital.
Segundo a ex-cunhada do professor, ela sonhava com a profissão de bailarina e, por isso, se mudou para Campo Grande, ainda adolescente, aos 17 anos. Ela passou a morar com a irmã, que era casada com o coreógrafo, e acabou estuprada por ele.
Outra bailarina, que hoje tem 25 anos, e também vítima do professor de dança conta que os abusos só teriam parado nos últimos 3 anos que passou na companhia, quando foram entrando novas integrantes, que se tornariam ‘novos alvos’. Ela contou ainda que várias bailarinas da companhia de dança eram constrangidas e obrigadas a manter relações sexuais com ele, inclusive em sessões de sexo a três. “Ele fazia você acreditar que tinha talento, e que só ele podia te ajudar”, fala.
Segundo ela, geralmente as meninas que ganhavam bolsa para estudar na escola passavam a enfrentar algum tipo de assédio. “Sempre começava da mesma forma. Depois de conhecer a sua rotina, ele marcava um tipo de treinamento a sós, momento em que começam as investidas”, diz.
É nesta hora que entra a sexta vítima, na época com 16 anos. Os abusos ocorreram em 2015, quando a jovem ganhou uma bolsa para fazer dança na companhia. Antes de fazer o registro da ocorrência, a mãe da sexta vítima procurou o Jornal Midiamax e relatou que, além dos abusos sexuais, o coreógrafo abusa psicologicamente de sua filha.
“Eu também fui vítima deste homem, pois ele incentivava ódio na minha filha e tentou me deixar como inimiga dela. Ele chegou a me denunciar no conselho tutelar por maus tratos e em 2016 incentivou minha filha a fugir de casa. Ele sumia três, quatro dias com ela e a deixava às 5h da manhã na porta de casa. A minha filha fazia um show em cima do outro, perdeu o ano na escola por faltas e nunca ganhou um centavo. Isso entra em trabalho escravo e o abuso sexual”, relatou.
A bailarina, atualmente com 25 anos, reitera que muitas garotas sofreram financeiramente também. Diversas vezes, os cachês que as meninas ganhavam eram retidos pelo professor, com a desculpa de que já ‘ganhavam visibilidade e experiência na companhia de dança’. Algumas garotas eram selecionadas para dançar num programa de tevê em emissora regional.
“Quando resolvi sair da companhia de dança, ele me ameaçou e disse que me ‘quebraria’ no meio e que nunca mais voltaria a dançar”, finalizou a jovem.
O suspeito, que negou e registrou uma queixa na polícia contra a primeira bailarina, foi procurado quando apareceu a segunda jovem, e chegou a dizer ao Jornal Midiamax que era ‘vítima de mulheres magoadas por terem sido cortadas da companhia de dança’. Quando surgiu o quarto caso, ele informou que ‘preferia não se manifestar’.
Conforme a delegada Marília de Brito Martins, da Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), o inquérito que apura estupros praticados contra uma das ex-alunas, no período de 20 a 30 de outubro de 2015, ouviu seis testemunhas. A determinação de indiciamento ocorreu no dia 1º de setembro e a Polícia Civil deve chamar o coreógrafo para prestar depoimento.
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