Inquérito por abuso deve ser encerrado nesta sexta

Após três horas de trabalho nesta quinta-feira (27) em nova tentativa de encontrar o corpo de Kauan Andrade de 9 anos, as buscas pelo corpo do menino serão retomadas nesta sexta-feira (28), próximo ao Caic (Centro de Atendimento Integral a Criança), no Aero Rancho, na Capital.

De acordo com o delegado que cuida do caso, Paulo Sérgio Lauretto da Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) de posse de novas informações as buscam foram retomadas. As novas informações que a polícia tem não podem ser divulgadas, já que poderiam atrapalhar as investigações.

Ainda de acordo com Lauretto, no fim da tarde a polícia deve se pronunciar e detalhar o caso até o momento. Nesta sexta-feira (28), o inquérito por abuso e exploração sexual deve ser encerrado, já as outras investigações por posse de pornografia, homicídio e ocultação de cadáver não tem prazo.

Ontem, os trabalhadores começaram em um novo ponto do Rio Anhanduí, próximo do Ginásio Guanandizão, por volta das 15 horas. Bombeiros e os policiais civis se concentraram em um poço que tem 10 metros de diâmetro e 2 de profundidade.

Ainda segundo, Lauretto, o professor de 38 anos, principal suspeito pela morte de Kauan, deve ser indiciado pelos três crimes, mesmo negando. “Temos indícios suficientes para a culpa dele, por mais que ele negue os crimes”, disse.

Lauretto ainda disse que mais oito vítimas do professor foram identificadas e já prestaram depoimento. As vítimas, todos meninos, tinham idade entre 9 e 12 anos, e segundo o delegado moravam na região.

Ainda segundo informações, as crianças atraídas eram recompensadas com dinheiro e, caso levassem mais uma criança para o suspeito, ‘ganhavam’ R$ 50 do professor. No dia de sua prisão na última sexta-feira (21), ele teria entregue o celular para os policiais afirmando que ‘não tinha nada a esconder’. Mas, no aparelho foram encontrados vídeos pornográficos, cenas dele fazendo sexo com uma possível aluna e portando armas de fogo.Polícia vai encerrar inquérito, mas buscas por corpo de Kauan continuam

O caso

Kauan desapareceu da casa da família, no Aero Rancho, no dia 25 de junho. O menino cuidava carros na região quando foi visto pela última vez. A família registrou boletim de ocorrência e as investigações foram realizadas pela Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente). Foram mais de 20 dias sem notícias até o último sábado (22), quando o caso foi esclarecido.

Durante as investigações do desaparecimento, um adolescente de 14 anos acabou apreendido por envolvimento no crime. Ele relatou à polícia que atraiu Kauan na noite do dia 25 de junho para a casa do pedófilo. A criança teria falecido enquanto era violentada.

Com Kauan inconsciente, não se sabe ainda se desmaiado ou já sem vida, os suspeitos colocaram o corpo do menino em saco plástico e ‘desovaram’ no Córrego Anhanduí, por volta da 1 hora do dia 26 de junho.

O pedófilo suspeito de matar Kauan nega as acusações, mas de acordo com o delegado Paulo Sérgio Lauretto, o depoimento do adolescente e os fatos já confirmados pela perícia, na casa do revendedor de celulares, não deixam dúvidas da autoria.