O crime completa dois meses nesta sexta-feira (1º)
A Polícia Civil aguarda laudos de balística para concluir o inquérito sobre a morte do tenente João Miguel Além Rocha, 50 anos, assassinado a tiros pelo sargento César Diniz da Silva, 43 anos, no dia 1º de julho. O crime aconteceu após discussão envolvendo a venda de um veículo em uma oficina mecânica do Bairro Nova Lima.
De acordo com o delegado Weber Luciano de Medeiros, titular da 2ª Delegacia de Polícia Civil, Diniz é réu confesso e por isso espera apenas a conclusão dos laudos para encerrar o inquérito e encaminhá-lo a justiça. “Esperamos o resultado do exame de microcomparação balística, que é a comparação do projétil retirado do corpo, com o da arma apreendida com o suspeito”, explicou.
O objetivo do exame, segundo Medeiros, é materializar o crime. O resultado deve ser entregue nos próximos 15 dias e com isso o caso será envidado a justiça. O crime completa dois meses nesta sexta-feira (1º).
No dia do homicídio, um revólver calibre 38, com cinco munições deflagradas, foi apreendido no local, inicialmente como sendo do tenente.
Testemunhas, e também na versão do autor, afirmaram à polícia que ambos os militares sacaram as armas durante a discussão e que houve troca de tiros. Já os advogados que atuam como assistentes de acusação da morte de Rocha alegam que “o que veio a ocorrer foi uma execução sumária realizada a sangue frio e ocasionada por uma motivação fútil”.
Rocha foi assassinado com quatro tiros de pistola .40, um deles na nuca. Um jovem de 18 anos, que estava do outro da rua, gravava a briga junto com o irmão e também acabou ferido por uma bala perdida.
Entenda
Segundo o boletim de ocorrência tudo começou com a negociação de um Nissan Sentra que pertencia a João Miguel. O policial aposentado teria trocado o veículo por um terreno com um conhecido, mas o comprador não teria feito o pagamento. Em vez disso, o homem teria revendido o carro em agosto do ano passado para o sargento Diniz.
Para a polícia, parentes do tenente afirmaram que a algum tempo ele tentava recuperar o veículo e no sábado ligou avisando que estava indo buscá-lo. Na oficina, o sargento teria impedido ele de levar o Sentra, os dois teriam discutido e o militar aposentado teria dado um tapa na cara de Diniz.
Foi nesse momento que os disparos teriam acontecido. Testemunhas contaram que após a agressão os dois se afastaram com as mãos na cintura, sacaram as armas e trocaram tiros.
Em depoimento, o sargento afirmou que recebeu uma ligação do dono da oficina informando que o carro seria guinchado. À polícia, afirmou que assim que chegou para conversar com a vítima, foi agredido com tapa no rosto. O tenente ainda teria sacado a arma em sua direção e realizado um disparo. Neste momento, o sargento afirma que teria deitado ao lado do guincho sacado sua pistola e atirado três vezes.
Na delegacia, Diniz afirmou que não conhecia a vítima, não sabia que era ela da Polícia Militar e que estava abadado com a situação.