Ele prestou depoimento nesta tarde

O Policial Militar que matou o adolescente Luiz Júnior, de 17 anos, depois de festa realizada na Chácara da República, na Rua da Divisão, no Jardim Monte Alegre, irá responder em liberdade, indiciado por homicídio doloso. Ele se apresentou à 5ª Delegacia de Polícia Civil nesta segunda-feira (12), onde foi ouvido pelo delegado Jairo Carlos Mendes.

Identificado como Cabo Fernandes, o PM tem 31 anos e declarou, ao delegado, que costuma frequentar a casa noturna. De acordo com o depoimento prestado, no dia do crime, a esposa “estava passando mal mas ele resolveu ir ao local mesmo assim”.

O fato de não ter antecedentes criminais e ter se apresentado de forma espontânea fazem com que não seja necessário expedir prisão preventiva, segundo o delegado. O titular da 5ª DP explicou que ele efetuou apenas um disparou, que matou o adolescente.

‘Flertava’ com o mundo do crime

O disparo teria ocorrido após o PM dar voz de prisão aos dois adolescentes, mas Luiz, segundo o delegado, “não teria abaixado e efetuou disparos contra ele”. O adolescente, no entanto, não possui antecedentes de infrações. Quando a isso, o delegado afirmou que “há conversas de que ele flertava com o mundo do crime”.

Apesar de ter negado trabalhar como segurança na boate, o vínculo do policial com a Chácara da República será investigado pela polícia civil. Segundo o delegado, a polícia ainda deve ouvir os proprietários do local, assim como testemunhas – algumas pessoas, segundo o delegado, já foram localizadas -.

Entenda

PM que matou adolescente responderá em liberdade por homicídio doloso

Uma testemunha de 17 anos disse à polícia que os participantes da festividade passaram a correr em direção à saída, momento em que o policial fez o segundo disparo, desta vez em direção ao público.

Luiz foi atingido no pescoço e morreu na esquina das ruas da Divisão com Eva Peron. O projétil foi localizado embaixo do corpo. O portão do Clube já estava fechado e com a luz apagada quando a Polícia Civil chegou e nenhum proprietário foi encontrado. O corpo estava ao lado de fora do estabelecimento.

E ainda não há informações de câmeras de monitoramento na região. Júnior era o caçula de três irmãos e não portava documentos no momento do fato, o reconhecimento foi feito pela irmã. Abalada e com a saúde debilitada, a mãe da vítima passa por hemodiálise há cinco anos e prefere manter silêncio. O fato será investigado como homicídio simples.

*Matéria alterada às 18h para correção de informação.