Agente penitenciário levado à delegacia foi ouvido e liberado

Agente penitenciário de 48 anos preso em flagrante por porte ilegal de munição durante Operação Fraus do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado),  já foi ouvido e liberado da 2ª Delegacia de Polícia Civil de Dourados, a 226 quilômetros de Campo Grande.  Em nota, a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) ressalta que as investigações não envolvem a direção do presídio de Dourados.

Segundo a Agepen, as investigações não envolvem a administração da penitenciária e todo suporte necessário será dado nas apurações..

Durante a operação, servidor foi conduzido à delegacia para prestar esclarecimento por ter em sua posse mais de 100 munições de origem estrangeira.

No documento, a Agepen ressalta o apoio a qualquer ação que traga transparência e coíba crimes por parte dos seus servidores, no sentido de punir quem é culpado, caso isso se comprove, e valorizar quem trabalha corretamente.

Operação Fraus

Operação do Gaeco não envolve diretor de presídio, diz Agepen

Fontes ligadas a segurança pública afirmaram ao Midiamax que a operação do Gaeco se concentra na cantina da PED.

Denúncias de esquema envolvendo a venda de drogas e o superfaturamento de produtos nas cantinas de unidade prisionais de Mato Grosso do Sul são constantes. Em Corumbá, por exemplo, resultou na prisão dos diretores dos presídios de regime fechado e semiaberto a cidade. A informação não foi confirmada pelo MPE-MS (Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul).

Nesta sexta-feira devem ser cumpridos seis mandados na 2ª maior cidade do Estado, com objetivo de desarticular organização criminosa que atua na unidade.

A investigação que resultou na Operação Fraus revelou que pelo menos cinco agentes penitenciários estão envolvidos no esquema. Detalhes da atuação do grupo criminoso ainda não foram divulgados, mas os crimes apurados são peculato e organização criminosa.

Caso antigo

No dia 23 de janeiro, durante a Operação Xadrez, Ricardo Wagner Lima do Nascimento e Douglas Novaes Vilas, diretores dos presídios de regime fechado e semiaberto de Corumbá foram presos pelo Gaeco por facilitar a entrada de drogas e dinheiro nos estabelecimentos penais por cerca de dois anos.

O comércio era feito pela cantina, onde foram apreendidos R$ 17 mil. Pedro Antunes Chalega foi apontado pelo MPE (Ministério Público Estadual) como o ‘cabeça’ do esquema de tráfico no presídio, que com ajuda dos diretores comandava a venda de entorpecentes aos internos.

Chalega foi transferido para o Presídio de Segurança Máxima, na Capital, onde esquema semelhante favorece um grupo de presos ligados ao PCC (Primeiro Comando da Capital). A situação foi denunciada pelo Jornal Midiamax em fevereiro deste ano e dois meses depois resultou na substituição do então diretor do presídio, João Bosco Correia.

Conforme as informações obtidas no início do ano, um quilo de maconha, que custaria cerca de R$ 450 nas ruas da Capital, chegariam no presídio com valor inflacionado de R$ 800 a R$ 1 mil.

A droga entraria no estabelecimento penal com anuência da direção, em meio às compras feitas para a cantina, nas caixas de leite, pacotes de bolacha, entre outros produtos. Participariam do esquema de venda da droga no presídio desde traficantes com várias passagens pela polícia até servidores da Agepen. Na época, Bosco negou conhecimento de qualquer esquema de narcotráfico no local que dirigia.

Em julho, a Operação Chip apreendeu 47 celulares e cumpriu três prisões temporárias de agentes penitenciários. A ação desarticulou um esquema de entrega de aparelhos celulares a presos do IPCG (Instituto Penal de Campo Grande). Mandados de prisão foram cumpridos na unidade penal, no setor administrativo, nas cantinas, no setor de trabalho dos presos e celas, e também na casa dos servidores envolvidos no caso.

Agente do Gaeco também estiveram na casa do diretor-presidente Flúlvio Ramires da Silva, que acabou detido por porte ilegal de arma de fogo. Ele foi liberado no mesmo dia após pagar fiança.