Processo de guarda pode demorar 3 meses

Após perder a guarda da filha de 14 anos e saber que a garota era estuprada constantemente pelo pai, que deveria protegê-la, a mãe da adolescente está em tratamento e tenta reaver a guarda da menina para tirá-la do pesadelo que virou sua vida.

A mãe de 37 anos agora passa por tratamento de 30 dias determinado pela Justiça, “Já fiz os exames passados e um médico do Estado disse que não tinha nenhum problema mais com dependência química”, fala.

“Já participei de três palestras e falta apena uma. Mas, não tenho mais problemas com drogas, estou fazendo tudo isso para tentar reaver a guarda da minha filha”, explica com uma voz cansada e medo de que a filha volte a passar por tudo novamente. De acordo com o que foi passado a ela pelo Conselho Tutelar todo o trâmite para que possa ficar com a filha novamente seria de aproximadamente 3 meses.

A saga de horrores da garota começou quando ela tinha 7 anos e foi retirada da mãe, por denúncias de maus-tratos, momento em que passou a viver com a tia e seu marido. Com 9 anos, a garota foi estuprada pelo tio.

Depois do abuso a tia teria ‘vendido' a sobrinha para o pai abusador pelo valor de R$ 1.800, é o que fala a mãe da adolescente. Mas, mesmo longe da filha afirmou sempre manter contato e estar presente na vida da menina.Mãe em tratamento tenta reaver guarda de adolescente estuprada pelo pai

Estupros e fuga

Em 2015, a menina e a mãe procuraram a delegacia de polícia para registrarem um boletim de ocorrência por maus-tratos contra o pai, a época a garota tinha 12 anos. Depois, ela foi levada para um abrigo de onde fugiu sendo encontrada e devolvida ao pai.

Morando com o pai, a adolescente passou a ser estuprada por ele constantemente e quando tentava resistir ou fugir era agredida fisicamente. No mesmo ano, três meses após o registro da primeira ocorrência outra foi feita por de vulnerável, mas a menina continuou sendo ‘devolvida' ao abusador.

Já neste ano, em maio, ela conseguiu fugir da residência onde morava com o autor de posse da cópia de uma gravação feita pelo pai no momento em que ele a estuprava.  As imagens teriam sido feitas no dia do aniversário dela, o homem a teria dominado e prendido na cama com um travesseiro, enquanto filmava o ato sexual.

Mais uma vez, ela foi retirada do lar e levada para um abrigo onde permanece a espera da decisão da Justiça.

Prisão e investigação

No dia da prisão do homem de 38 anos suspeito de estuprar a própria filha de 14 anos a polícia constatou que o vídeo do crime entregue pela menina foi feito na casa em que os dois moravam. Comparando as imagens apresentadas por ela, a perícia descobriu o quarto em que os abusos aconteceram e também recolheram provas do crime.

No sábado, dia 27 de maio, a polícia cumpriu um mandado de busca e apreensão e recolheu da residência lençóis, celulares e cartões de memória que foram enviados para análise. A intenção da polícia é verificar se outros vídeos, as imagens pornográficas da vítima, foram feitas pelo autor.

Os peritos ainda confirmaram que o local em que a menina aparece sendo estuprada pelo pai é um dos quartos da casa. Os laudos devem ficar prontos em 10 dias e serão anexados ao inquérito policial.

De acordo com a delegada que cuida do caso, Marília de Brito Martins, só espera-se a conclusão dos laudos periciais, mas que na próxima semana o inquérito já deve ser enviado ao Ministério Público. Nas investigações, a delegada chegou a apurar se a menina não vivia em cárcere privado, mas foi comprovado que a situação não existia, já que ela frequentava a escola e possuía meios de comunicação com outras pessoas. Para Marília, a vítima sofria dificuldade para ‘quebrar' os laços com seu abusador, no caso o próprio pai, o que é comum acontecer com vítimas de estupro, principalmente, quando o agressor é alguém próximo à família.