Garoto teria sido jogado no córrego na sexta-feira

A mãe de Kauan Andrade Soares dos Santos, de 9 anos, esteve no local onde os bombeiros retomaram as buscas pelo corpo do menino, próximo a ponte do Pênfigo, em Campo Grande, nesta terça-feira (25) e muito abalada disse ter esperança de que encontrem ainda hoje (terça), o corpo de seu filho.

“Ele precisa ser enterrado” disse. As buscas pelo menino já duram cinco dias e hoje os bombeiros devem fazer um pente fino no Córrego Anhanduí, com o auxílio de botes e mergulhadores, além de uma varredura nas margens seca do córrego.

Sobre o acusado pelo assassinato de seu filho, Janete Andrade Soares disse que espera que justiça seja feita, “Ele não é gente, ele é um monstro e tem de pagar por tudo que fez”, fala. Até ontem já foram percorridos 12 quilômetros do córrego e segundo informações, as buscas hoje (terça) não terão horário para encerrar. Cinco militares participam das buscas pelo corpo do menino.Mãe de Kauan vai até local onde buscas pelo menino foram retomadas pelos bombeiros

O caso

Kauan desapareceu da casa da família, no Aero Rancho, no dia 25 de junho. O menino cuidava carros na região quando foi visto pela última vez. A família registrou boletim de ocorrência e as investigações foram realizadas pela Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente). Foram mais de 20 dias sem notícias até o último sábado (22), quando o caso foi esclarecido.

Durante as investigações do desaparecimento, um adolescente de 14 anos acabou apreendido por envolvimento no crime. Ele relatou à polícia que atraiu Kauan na noite do dia 25 de junho para a casa do pedófilo. A criança teria falecido enquanto era violentada.

Com Kauan inconsciente, não se sabe ainda se desmaiado ou já sem vida, os suspeitos colocaram o corpo do menino em saco plástico e ‘desovaram’ no Córrego Anhanduí, por volta da 1 hora do dia 26 de junho.

O suspeito de matar Kauan nega as acusações, mas de acordo com o delegado Paulo Sérgio Lauretto, o depoimento do adolescente e os fatos já confirmados pela perícia, na casa do revendedor de celulares, não deixam dúvidas da autoria.

Na casa do homem, que também já teria dado aulas de português em uma escola do Portal Caiobá, a polícia encontrou sangue na cama, no chão e no porta-malas do carro, além de material pornográfico no computado. Dois dos filmes apreendidos mostravam cenas com o próprio suspeito.

Sobre o local onde o corpo foi deixado, segundo a autoridade policial, o adolescente apresentou contradição. Ele afirma que entrou no carro do pedófilo, com o corpo no porta-malas, mas que não desceu do veículo para jogar o corpo. O criminoso teria ido sozinho às margens do córrego e permanecido por aproximadamente 30 minutos.