Ocorrido no dia 14 de junho na fazenda Yvu em Caarapó

A Justiça concedeu habeas corpus aos fazendeiros investigados pelo envolvimento no assassinato do agente de saúde indígena Clodioude Aquileu Rodrigues de Souza, 26, ocorrido no dia 14 de junho na fazenda Yvu, na região de Caarapó.

O TRF-3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região) concedeu liberdade para Virgilio Mettifogo, Eduardo Yoshio Tominaga, Jesus Camacho, Dionei Guedes e Nelson Buainain Filho. No último dia 3 de outubro, foi negado o pedido de liberdade provisória do envolvidos.  Na decisão do desembargador Federal Fausto de Sanctis, todos serão monitorados por  tornozeleiras eletrônicas.Justiça solta fazendeiros envolvidos em conflito com assassinato de índio

Ocupação

No dia 12 de junho, índios kaiowá e guarani da reserva Tey Kuê ocuparam a Fazenda Yvu, que incide sobre a Terra Indígena (TI) Dourados Amambai Peguá I, chamada pelos indígenas de ‘tekoha guasu’, grande tekoha, em guarani. A TI prevê outras 86 fazendas incidentes no território tradicional, que possui 55 mil hectares. O relatório de delimitação e identificação foi publicado no dia 13 de maio pela Funai (Fundação nacional do índio).

No dia 13 de junho, agentes da Polícia Federal foram notificados da ocupação por fazendeiros que os levaram até o local. De acordo com o MPF, os policiais não encontraram reféns e foram informados pelos indígenas de que o proprietário poderia, em 24h, retirar o gado e seus pertences do local.

Além dos fazendeiros presos, cerca de 300 proprietários rurais, com armas de fogo e rojões, organizaram-se para expulsar os kaiowá à força no dia 14 de junho. Testemunhas afirmam que foram mais de 40 caminhonetes que cercaram os índios, com auxílio de uma pá carregadeira, e começaram a disparar em direção à comunidade. Os kaiowá e guarani também afirmam que motocicletas foram queimadas e enterradas pelos fazendeiros.

No ataque, oito ficaram feridos e Clodioude morreu. Dos indígenas lesionados, um deles tinha apenas 12 anos e levou dois tiros.